segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

St. Edith Stein - O Mistério do Natal - Cap. IV

Meios Salvíficos

Será que podemos falar alto “seja feita a Vossa vontade”, quando não temos mais a certeza daquilo que a vontade de Deus exige de nós? Temos meios para permanecer no Seu caminho, quando se apaga a luz interior? Existem tais meios, e tão fortes, que o erro, apesar das possibilidades, de fato se torna infinitamente improvável. Deus veio para nos salvar, se nos unirmos a Ele, se conformarmos a nossa vontade com a Sua. Ele conhece a nossa natureza. Ele conta com ela, e por isso nos deu tudo, que nos pode ajudar, para alcançar o fim.

O Deus-Menino se tornou nosso permanente mestre para nos dizer o que devemos fazer. Para que a vida humana seja inundada da vida divina, não basta uma vez por ano, ajoelhar-se diante do presépio e deixar-se cativar pelo encanto da Noite Santa. Para isto, devemos estar em comunicação diária com Deus, ouvir as palavras que Ele falou e que nos foram transmitidas, e segui-las. E, antes de tudo, rezar, como o Salvador mesmo ensinou e sempre de novo incutiu insistentemente. “Pedi e recebereis”. Esta é a promessa segura de atendimento. E quem fala diariamente, de coração, “ ó Senhor, seja feita a tua vontade”, pode confiar, que não desrespeita a vontade divina, onde subjetivamente não tem certeza.

Além disso, Cristo não nos deixou órfãos. Ele mandou o seu Espírito, que nos ensina toda a verdade; Ele fundou a sua Igreja, que é conduzida pelo seu Espírito, e estabeleceu nela os seus representantes, pela boca dos quais o seu Espírito fala para nós com palavras humanas. Nela uniu os fiéis em comunidade e deseja que um ajude o outro. Assim, não estamos sós, e onde fracassa a confiança em si mesmo e a própria oração, aí ajuda a força da obediência e a força da intercessão.

“E o Verbo se fez carne”. Isto se tornou realidade no estábulo de Belém. Mas cumpriu-se ainda de outra maneira. “Quem comer a minha carne e beber o meu sangue, este terá a vida eterna”. O Salvador que sabe que somos e permanecemos humanos, tendo que lutar dia após dia, com fraquezas, vem em auxílio da nossa humanidade de maneira verdadeiramente divina. Assim como o corpo terrestre precisa do pão cotidiano, assim também a vida divina em nós precisa ser alimentada constantemente. “Este é o pão vivo que desceu do céu”. Quem come deste pão todos os dias, neste se realizará, diariamente, o mistério do Natal, a Encarnação do Verbo. E este, certamente, é o caminho mais seguro, para se tornar “um com Deus” e de penetrar dia a dia de maneira mais firme e mais profunda no Corpo Místico de Cristo. Eu sei que para muitos pode parecer um desejo por demais radical. Para a maioria, isto significa, começar de novo, uma reorganização de toda a vida interna e externa. Mas deve ser assim! Na nossa vida deve se criar espaço para o Cristo eucarístico, para que Ele possa transformar a nossa vida na sua vida: será que é exigir demais? A gente tem tempo para tantas coisas fúteis, tantas coisas inúteis: ler livros, revistas, jornais, freqüentar restaurantes, conversar na rua 15 ou 30 minutos, tudo isto são “dispersões”, onde esbanjamos tempo e força. Não se poderá reservar uma hora pela manhã, para se concentrar, e ganhar força, para enfrentar o resto do dia? Mas, na verdade, é necessário mais que uma hora. Devemos viver de tal maneira, que uma hora se suceda à outra e estas, prepararem as que vierem. Assim, não será mais possível “deixar-se levar” mesmo temporariamente pelo afã do dia. Com quem se vive diariamente, não se pode desconsiderar o seu julgamento. Mesmo sem dizer palavras, percebemos como os outros nos consideram. Tentamos nos adaptar conforme o ambiente e, se não conseguimos, a convivência se torna um tormento. Assim também acontece na comunicação diária com o Senhor. Tornamo-nos cada vez mais sensíveis àquilo que Lhe agrada ou desagrada. Se antes, estávamos mais ou menos contentes com nós mesmos, agora isto se torna diferente. E descobriremos em nós muita coisa que precisa ser melhorada e outras que às vezes, são quase impossíveis de serem mudadas. Assim nos tornaremos pequenos, humildes, pacientes e condescendentes com o “cisco no olho de nosso próximo”, pois a “trave” no nosso olho nos incomoda. Finalmente, aprenderemos a aceitar-nos tal qual somos à luz da presença divina e a nos entregar à divina misericórdia, que poderá vencer tudo aquilo que está além de nossas forças.

Da auto-suficiência de um “bom católico”, que “cumpre com seus deveres”, que “lê um bom jornal” e “vota certo” etc. - mas que, no entanto, pratica o que ele bem quer - há um longo caminho até chegar a viver na mão de Deus e da mão de Deus, na simplicidade da criança e na humildade do cobrador de impostos. Mas quem uma vez andou, não voltará atrás. Assim, filiação divina quer dizer: tornar-se pequeno e, ao mesmo tempo, tornar-se grande. Viver da eucaristia quer dizer: sair, espontaneamente da estreiteza da própria vida e penetrar na amplitude da vida de Cristo. Quem visita o Senhor na sua casa, não quer se ocupar sempre e somente com seus problemas. Vai começar a interessar-se pelas coisas do Senhor. A participação no sacrifício diário nos leva livremente à totalidade litúrgica. As orações e os ritos do culto divino nos apresentam, no decorrer do ano litúrgico, a história da salvação diante da nossa alma, deixando penetrar-nos sempre mais profundamente no seu sentido.

E a ação sacrificial nos impregna sempre de novo o mistério central de nossa fé, o ponto angular da história universal: o mistério da Encarnação e Redenção. Quem poderia com coração aberto participar do santo sacrifício, sem ser envolvido por este espírito de sacrifício, sem ser tomado pelo desejo, dele mesmo e com sua pequena vida pessoal, se integrar na grande obra do Salvador? Os mistérios do cristianismo são um todo indiviso. Quando nos aprofundamos num deles, seremos conduzidos para todos os outros. Assim, o caminho de Belém conduz, seguramente, para o Gólgota; do presépio para a cruz. Quando a bem-aventurada Virgem levou a criança para o templo, foi-lhe profetizado que uma espada atravessaria a sua alma, e que
esta criança seria a causa da queda e do reerguimento de muitos; um sinal de contradição. É o anúncio da paixão, da luta entre a luz e treva, que já se manifesta no presépio.

Em alguns anos a apresentação do Senhor coincide com a septuagésima, a celebração da encarnação e a preparação para a paixão. Na noite do pecado brilha a estrela de Belém. No esplendor da luz, que sai do presépio, cai a sombra da cruz. A luz se apaga nas trevas da sexta-feira santa, mas se levanta com mais fulgor, como sol da graça, na manhã da ressurreição. Através da cruz e da paixão para a glória da ressurreição, foi o caminho do Filho de Deus encarnado.

Chegar com o Filho do Homem, pela paixão e morte à glória da Ressurreição, é o caminho de cada um de nós, por toda a humanidade.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

St. Edith Stein - O Mistério do Natal - Cap. III

O Corpo Místico de Cristo

3.1 - SER UM COM DEUS

Para onde o Menino-Deus nos conduzirá nesta terra, isto não sabemos e não deveríamos erguntar antes do tempo. Só sabemos que para aqueles que amam o Senhor, todas as coisas servem para o bem. Os caminhos pelos quais o Senhor nos conduz, levam-nos para além desta terra.

Ó troca maravilhosa! O criador do gênero humano encarnando-se, concede-nos a sua divindade. Por causa desta obra maravilhosa o Redentor veio ao mundo. Deus se tornou Filho do homem, para que os homens se tornassem filhos de Deus. Um de nós rompeu o laço da filiação divina, e um de nós devia reatar o laço, pagando pelo pecado. Nenhum da antiga e enferma raça podia fazê-lo. Devia ser um rebento novo, sadio e nobre. Tornou-se um de nós e, mais do que isto: unido conosco. O maravilhoso no gênero humano é que todos somos um. Se fosse diferente, estaríamos lado a lado, como indivíduos autônomos e separados, e a queda de um não poderia ter se tornado a queda de todos. Podia ter sido pago e atribuído a nós o preço da expiação, mas não teria passado a sua justiça para os pecadores, e não teria sido possível nenhuma justificação. Mas Ele veio, para tornar-se conosco um corpo místico. Ele, nossa cabeça, nós, os seus membros. Ponhamos nossas mãos nas mãos do Menino-Deus, pronunciando o nosso “Sim” ao seu Siga-me”. Então, nos tornamos Seus, e o caminho está livre, para que a sua vida divina possa passar para a nossa.

Isto é o começo da vida eterna em nós. Não é ainda a visão beatífica de Deus na luz da glória, é ainda escuridão da fé, mas não é mais deste mundo, já é estar no Reino de Deus. Quando a bem-aventurada Virgem pronunciou o seu “Fiat”, aí começou o Reino de Deus na terra e ela se tornou a sua primeira serva. E todos, que antes e depois do nascimento da criança, por palavras e obras, se declararam a seu favor: São José, Santa Isabel com seu filho e todos os que estavam ao redor do presépio, entraram no Reino de Deus.

Tornou-se diferente do que se pensou, conforme os salmos e profetas o reinado do divino rei. Os romanos continuaram os dominadores da terra, os sumo sacerdotes e os doutores da lei continuaram a subjugar o povo pobre.

De forma invisível, cada um, que pertencia ao Senhor, trazia o Reino de Deus em si. O seu fardo terreno não lhe foi tirado, e sim outros fardos acrescentados; mas, o que ele trazia dentro de si, era uma força animadora, fazendo o fardo suave e a carga leve. Assim acontece ainda hoje com os filhos de Deus. A vida divina, acesa em sua alma, é a luz que veio nas trevas, o milagre da noite santa. Quem traz esta luz dentro de si, compreende quando se fala dela. Para os outros, porém, tudo o que se pode dizer a respeito, é um balbuciar incompreensível. Todo o evangelho de São João é um canto à luz eterna, que é amor e vida. Deus está em nós e nós nele, esta é a nossa parte no reino de Deus, para a qual a Encarnação colocou o alicerce.

3.2 - SER UM EM DEUS

Ser um com Deus: este é o primeiro passo. Mas, o segundo é a conseqüência do primeiro. Cristo sendo a cabeça e nós membros do corpo místico, estamos unidos elo a elo, todos somos um em Deus, uma única vida divina. Se Deus é Amor e está em nós, então não pode ser diferente o nosso amor para com os irmãos. Por isto o amor humano é a medida do nosso amor a Deus. Mas, é algo mais do que o simples amor humano. O amor natural se dirige a um outro, ligado pelos laços do sangue ou por afinidades de caráter ou por interesses comuns. Os outros são “estranhos”, que “não nos importam”, talvez até por seu jeito antipático, de forma que mantemos a devida distância. Para o cristão não existe “gente estranha”. Próximo é aquele que encontramos em nosso caminho e que mais necessita de nós; indiferentemente, se é parente ou não, se a gente gosta dele ou não, se ele é “moralmente digno” da nossa ajuda ou não. O amor de Cristo não tem limites, ele nunca termina, ele não recua diante da feiura ou sujeira. Ele veio por causa dos pecadores e não por causa dos justos. E se o amor de Cristo mora em nós, então, façamos como Ele, indo ao encontro das ovelhas perdidas.

O amor natural visa a ter a pessoa amada para si, possuindo-a de forma mais exclusiva. Cristo
veio, para devolver ao Pai a humanidade perdida; e quem ama com seu amor, este quer os homens para Deus e não para si. Este é, ao mesmo tempo, o caminho mais seguro para possuí-las para sempre; pois, se amamos uma pessoa em Deus, então somos com ela um em Deus, en- quanto que o vício da conquista muitas vezes - mais cedo ou mais tarde - sempre resulta em perda.
Há um princípio válido para todas as almas e para os bens exteriores: quem, ambiciosamente,
se ocupa em ganhar e apropriar, perde; porém, aquele que tudo oferece a Deus, ganha para
sempre.

3.3 - SEJA FEITA A TUA VONTADE

Com isto estamos tocando no terceiro sinal da filiação divina: Ser um com Deus, foi o primeiro. Que todos sejam um em Deus, foi o segundo. O terceiro: “Nisto reconheço que vós me amais, se observardes os meus mandamentos”.

Ser filho de Deus significa: andar apoiado na mão de Deus, na vontade de Deus; não fazer a vontade própria, colocar todo cuidado e toda a esperança nas mãos de Deus, não se preocupar consigo e com seu futuro. Nisto consiste a liberdade e a alegria dos filhos de Deus. Tão poucos as possuem, mesmo entre os realmente piedosos, mesmo entre os heroicamente dispostos ao sacrifício. Sempre andam encurvados sob o peso dos cuidados e obrigações.

Todos conhecem a parábola dos pássaros do céu e dos lírios do campo. Mas quando encontram uma pessoa que não tem herança, nem pensão e nem seguro e, mesmo assim, vive tranqüilo quanto ao seu futuro, aí meneiam a cabeça como se fosse algo incomum.

Contudo, quem esperar do Pai do céu, que cuide a toda hora de seu dinheiro e da condição de vida que ele gostaria de ter, por certo, vai se enganar. A confiança em Deus vai se firmar inabalavelmente, quando incluir a disposição de aceitar tudo das mãos do Pai. Pois, somente Ele sabe o que é bom para nós. E, se a necessidade e a privação forem mais convenientes do que uma renda folgada e segura, ou insucesso e humilhação, melhor do que honra e reputação, então se deve estar preparado para isso. Se assim fizermos, podemos viver despreocupados com o futuro e com o presente.

O “seja feita a vossa vontade”, em toda a sua amplitude, deve ser o fio condutor da vida cristã. Ele deve nortear o correr do dia, da manhã até a noite, o correr do ano e de toda a vida. Será a única preocupação do cristão. Todos os outros cuidados, o Senhor assume. Mas, esta única preocupação pertence a nós, enquanto vivermos. Objetivamente, não somos definitivamente firmes para permanecermos sempre nos caminhos de Deus. Assim como os primeiros pais perderam a filiação divina pelo distanciamento de Deus, assim cada um de nós está sempre entre o nada e a plenitude da vida divina. Mais cedo ou mais tarde isto se torna também uma experiência subjetiva. No começo da vida espiritual, quando começamos a nos entregar à direção de Deus, é que sentimos bem forte e firme a mão que nos conduz; de forma clara aparece para nós, o que devemos fazer ou deixar de fazer. Mas isto não é sempre assim. Quem pertence a Cristo, deve viver a vida de Cristo. Deve-se amadurecer até à idade adulta de Cristo, ele deve iniciar a via-sacra para o Getsêmane e o Gólgota. E todos os sofrimentos que vêm de fora, são nada comparados com a noite escura da alma, quando a luz divina cessa de clarear e a voz do Senhor se cala. Deus está presente, porém, escondido e silencioso. Por que acontece isto? São os mistérios de Deus, dos quais falamos, ele não se deixa penetrar completamente. Só podemos vislumbrar algumas facetas desse mistério e, por isso, Deus se fez homem; para voltar e fazer-nos participar da sua vida. Esse é o começo e a meta final. Mas, no meio se encontra ainda outra coisa. Cristo é Deus e homem e, quem quer partilhar a sua vida, deve fazer parte de sua vida divina e humana. A natureza humana que Ele aceitou, deu-lhe a possibilidade de sofrer e morrer; a natureza divina, que Ele possui desde toda a eternidade, deu à sua paixão e morte um valor infinito e uma força redentora. A paixão e morte de Cristo continuam no seu corpo místico e em todos os seus membros. Todo homem tem que sofrer e morrer. Porém, se ele for membro vivo no corpo de Cristo, então, o seu sofrimento e sua morte adquirem pela divindade de seu corpo, força salvadora. Esta é a causa objetiva por que todos os santos desejam sofrer. Não se trata de um prazer doentio de sofrer. Aos olhos da razão natural, isto pode parecer perversidade. À luz do mistério da redenção, contudo, isto se revela de maneira sublime. E assim a pessoa -ligada- a Cristo, mesmo na noite escura do distanciamento subjetivo de Deus e abandono, persistirá; talvez a divina providência permita o tormento, para libertar a pessoa objetivamente aprisionada. Por isto: “Seja feita a Vossa vontade”, mesmo quando na noite mais escura.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

St. Edith Stein - O Mistério do Natal - Cap. II



O Seguimento do Filho de Deus Feito Homem

Cada um de nós talvez já tenha experimentado tal felicidade natalina. Mas, até aqui, o céu e a terra não se uniram. Também hoje a estrela de Belém é uma estrela na noite escura. Já, no segundo dia, a Igreja tira as vestes festivas e se reveste com a cor do sangue e, no quarto dia, de cores enlutadas. Estêvão, o protomártir, que primeiro seguiu o Senhor para a morte, e os santos inocentes, as criancinhas de Belém de Judá, mortas cruelmente por mãos de algozes, estão ao redor da criança no presépio. O que quer dizer isto? Onde está o júbilo das potências celestes? Onde está a tranqüila bem-aventurança da noite santa? Onde está a paz na terra? “Paz na terra aos homens de boa vontade”. Mas, nem todos têm boa vontade.

Por isso, o Filho do Pai Eterno nasceu da glória celeste, pois o mistério do mal encobriu a terra com a escuridão.

Trevas cobriram a terra e Ele veio como a luz, que iluminou as trevas, mas as trevas não O conheceram. Àqueles que O acolheram, Ele trouxe a luz e a paz; a paz com o Pai do céu, a paz com todos que, com Ele, são filhos da luz e filhos do Pai do céu, e a profunda paz do coração; mas, não a paz com os filhos das trevas. Para eles, o Príncipe da paz não traz a paz e sim, a espada. Para eles o Senhor é a pedra de tropeço, contra quem atacam e na qual serão destruídos. Esta é uma grande e séria verdade, que não podemos encobrir por causa do encanto poético da criança no presépio. O mistério da encarnação e o mistério do mal vão juntos. Contra a luz que vem do alto, contrasta a noite do pecado e a torna escura e tenebrosa. A criança no presépio estende as mãos e o seu sorriso parece dizer, oque mais tarde pronunciaram os lábios do Filho do Homem: “Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo”. E aqueles que seguem o seu chamado, os pobres pastores, aos quais nos campos de Belém o resplendor do céu e a voz do anjo anunciaram a Boa Nova e que responderam confiantes: “Vamos a Belém”, e se puseram a caminho; os reis, vindos do oriente longínquo seguiram, na mesma fé simples, a estrela milagrosa para eles, através das mãos da criança, correu o orvalho da graça e “eles exultaram com grande alegria”. Estas mãos dão e, ao mesmo tempo, cobram: vós, sábios, despojai-vos de vossa sabedoria e tornai-vos simples como crianças; vós, reis, entregai vossas coroas e vossos tesouros e inclinai-vos, humildemente, diante do Rei dos reis; aceitai, sem hesitação, os fardos, dores e pesares, exigidos pelo vosso serviço; de vós crianças, que não podeis ainda oferecer nada gratuitamente, tiram a vossa tenra vida, antes dela ter propriamente começado: ela não pode servir melhor do que ser sacrificada ao Senhor da vida.

“Siga-me”, dessa maneira se expressaram as mãos do menino, como mais tarde repetirá com os lábios o Mestre. Assim foi dito ao discípulo, a quem o Senhor amava. E São João, o jovem com o coração puro de criança, seguia sem perguntas: Para onde? E para quê? Ele deixou a barca do pai e seguiu o Senhor em todos os caminhos até ao gólgota.

“Siga-me” - também entendeu o jovem Estêvão. Ele seguiu o Senhor na luta contra os poderes das trevas, a cegueira da descrença obstinada; ele deu testemunho do Senhor com sua palavra e com seu sangue; ele O seguiu também em seu Espírito, no Espírito do Amor, que combate contra o pecado, mas que ama o pecador, e ainda na morte intercede diante de Deus pelos assasssinos.

São personagens de luz, que rodeiam o presépio: os santos tenros inocentes, os simples e fiéis pastores, os reis humildes, Estêvão, o discípulo entusiasmado e João, o discípulo predileto. Todos eles seguiram o chamado do Senhor. Em oposição a eles se encontram na noite da dureza e cegueira incompreensíveis os doutores da lei, que podem dar informações sobre o tempo e o lugar onde devia nascer o Salvador do mundo, mas não deduzem daí: “Vamos a Belém”; o rei Herodes pretende matar o Senhor da vida.

Diante da criança no presépio, os espíritos se dividem. Ele é o rei dos reis e o Senhor da vida e da morte. Ele fala o seu: “Siga-me”, e quem não for a seu favor, é contra Ele. Ele o diz também para nós e nos coloca diante da decisão entre luz e trevas.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

St. Edith Stein - O Mistério do Natal - Cap. I



ENCARNAÇÃO E HUMANIDADE

Quando os dias ficam cada vez mais curtos, quando caem os primeiros flocos de neve (normal, no inverno alemão), então surgem suavemente os primeiros pensamentos natalinos.

Destas simples palavras emana um encanto ao qual é difícil um coração ficar indiferente. Mesmo os que têm uma fé diferente, ou os infiéis, para os quais a antiga história da criança de Belém nada significa, preparam-se para a festa e pensam, em como acender um raio de alegria em toda parte. É como uma correnteza quente de amor perpassando toda a terra, meses e semanas antes. Uma festa de amor e de alegria. Esta é a estrela para a qual todos se dirigem nos primeiros meses de inverno. Para os cristãos e, principalmente, para os cristãos católicos, significa algo mais: a estrela os conduz para o presépio onde está a criança, que traz a paz para a terra. A arte cristã apresentanos isto através de inúmeros quadros formosos; cantos antigos nos falam sobre isso, fazendo ecoar todo o encanto
da infância.

Para quem vive a liturgia da Igreja, os sinos do “Rorate Coeli” e os cânticos do advento, despertam no coração uma santa saudade; para quem está unido à fonte inesgotável da santa liturgia, o grande profeta da encarnação diariamente bate à porta com suas poderosas palavras de advertências e promessas: “Céus, gotejai lá de cima, e que as núvens chovam o justo! O Senhor já está perto! Vinde adoremo-Lo! Vem Senhor, não tardeis mais! - Jerusalém, regozijai com grande alegria, pois o teu Salvador vem a ti”. De 17 a 24 de dezembro, as grandes Antífonas do “Ó” conclamam para o Magnificat (Ó Sabedoria, Ó Adonai, Ó Raiz de Jessé, Ó Chave de Davi, Ó Sol Nascente, Ó Rei dos Reis, Ó Emanuel), de forma mais saudosa e enérgica: “Vinde, para nos libertar.” E, sempre mais promissora, ecoa: “Veja, tudo se completou”(no último domingo do Advento); e, finalmente: “Hoje sabereis que o Senhor virá e amanhã contemplareis a sua glória”. Sim, quando à noite, as luzes clareiam as árvores enfeitadas, e os presentes são trocados, o desejo incompleto aponta para um outro clarão de luz. Os sinos tocam para a missa do galo, e se renova nos altares, enfeitados de luzes e de flores, o milagre da noite santa: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós”. Agora sim, chegou o momento da feliz redenção.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

A Idolatria por parte de algumas pessoas para com a juventude.

Nós Católicos devemos servir e amar Deus acima de tudo. Isso se faz procurando seguir os ensinamentos de Cristo e da Igreja. Ou seja, temos que buscar em primeiro lugar amar a Deus e a ele servir, não seguir os nossos próprios gostos e vontades, e procurar agradar o gosto alheio, ao invés de agradar a Deus. Mas não é isso que temos visto em alguns Bispos e certos ‘’setores’’ da Igreja. No caso da juventude por exemplo, diz-se que a juventude gosta de dançar, de baladas, de festas... Então procuram a todo custo promover esse tipo de atividade ‘’dentro da Igreja’’ para que participem. Mas com isso estão deixando de lado o serviço e o amor de Deus.

Devemos procurar evangelizar as pessoas, e trazê-las para a Igreja, mas que isso signifique adesão à verdade e compromisso para com o serviço de Deus. De que adianta, promover essas coisas mundanas para ‘’levar as pessoas para a Igreja’’ se lá ela continuar nas mesmas paixões e vícios, e mais ter isso incentivado pelos pastores?

Não há zelo pela doutrina, pela liturgia... O que importa é fazer os gostos dos jovens para que eles ‘’fiquem na Igreja’’.

Quem não aceita essa imposição, é taxado de vários nomes, pouco delicados. E até dizem que não se conhece a ‘’realidade da juventude no Brasil’’. Que os jovens se convertam realmente, e busquem seguir os ensinamentos da Igreja, pois é a juventude que tem que se adaptar à realidade da Igreja(que é a mesma desde o início) e não o contrário.

Apesar da crise moral pela qual passamos, nem todos os jovens só querem dançar e seguir suas próprias paixões e vontades. Há muitos que querem seguir verdadeiramente os ensinamentos de Cristo, e esses muitas vezes são ‘’excluídos da Igreja’’.

Isso não se dá apenas com a juventude, mas acontece em muitos outros setores também.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Grandes Bispos Brasileiros: D. Antônio Joaquim de Melo



Dom Antônio Joaquim de Melo nasceu em Itu, em 29 de setembro de 1791. Foi o 7º Bispo de São Paulo, e o primeiro Brasileiro a ocupar o cargo.

Era filho do capitão Teobaldo de Mello César e de Josefa Maria do Amaral.

Tendo seu pai sido transferido para a capitania de Minas Gerais, foi lá que realizou seus primeiros estudos. Ingressou no exército em 1799, permanecendo até 1810, quando retornou a Itu, onde iniciou o estudo do latim.

Manifestando vocação sacerdotal, foi recebido pelo bispo de São Paulo, Dom Mateus de Abreu Pereira, que o matriculou como aluno dos cursos eclesiásticos da catedral. Foi ordenado pelo próprio Dom Mateus, a 4 de outubro de 1814, em São Paulo. Celebrou sua primeira missa em Itu, onde freqüentou as afamosas conferências dos padres do Patrocínio, sob direção de Frei Jesuíno do Monte Carmelo. Foi nomeado Vigário da Vara de Itu, em 1849.

Tendo sido indicado bispo de São Paulo por Dom Pedro II, Imperador de Brasil; a 5 de maio de 1851, aos 59 anos, foi confirmado, por breve do Papa Pio IX.

Foi sagrado bispo, em São Paulo, no dia 6 de junho de 1852, sendo sagrante principal Dom Manuel de Monte Rodrigues de Araújo, bispo do Rio de Janeiro e Conde de Irajá.

Dom Antônio Joaquim de Mello foi o bispo que fez profundas mudanças na vida eclesiástica da diocese. Baixou portarias e decretos regulamentando a vida dos padres e seminaristas. Em 9 de novembro de 1856, instalou o Seminário de Santo Inácio de Loiola, que por determinação do Papa Pio IX, foi também dedicado à Maria Imaculada, ficando toda a direção a cargo dos frades capuchinhos de Sabóia. Empenhou-se para trazer várias congregações religiosas para a São Paulo, destacando-se a congregação francesa de São José de Chamberry, que instalando-se em Itu, lá fundou o famoso Colégio Nossa Senhora do Patrocínio, para a educação feminina. Homem apostólico, Dom Antônio empenhou-se em visitar quase todas as paróquias de seu bispado, empreendendo cinco destas visitas.

Dom Manuel foi bispo de São Paulo até 16 de fevereiro de 1861, quando veio a falecer, em Itu, aos sessenta e nove anos. Após a sua morte, foi eleito Vigário Capitular o Cônego Joaquim Manuel Gonçalves de Andrade.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

S. Josemaría Escrivá - Sobre os Sacerdotes

Não compreendo o empenho de alguns sacerdotes em se confundirem com os outros cristãos esquecendo ou descuidando a sua missão específica na Igreja, para a qual foram ordenados. Pensam que os cristãos desejam ver no sacerdote um homem mais Não é verdade. No sacerdote querem admirar as virtudes próprias de qualquer cristão e de qualquer homem honrado: a compreensão, a justiça, a vida de trabalho - trabalho sacerdotal neste caso -, a caridade, a educação, a delicadeza no trato. Mas, juntamente com isto, os fiéis pretendem que se destaque claramente o carácter sacerdotal: esperam que o sacerdote reze, que não se negue a administrar os Sacramentos, que esteja disposto a acolher a todos sem se constituir chefe ou militante de partidarismos humanos, sejam de que tipo forem; que ponha amor e devoção na celebração da Santa Missa, que se sente no confessionário, que conforte os doentes e os atormentados, que ensine catequese às crianças e aos adultos, que pregue a Palavra de Deus e não qualquer tipo de ciência humana, que - mesmo que a conhecesse perfeitamente - não seria a ciência que salva e leva à vida eterna; que saiba aconselhar e ter caridade com os necessitados.
(Amar a Igreja - p.42)

Um sacerdote que vive deste modo a Santa Missa adorando, expiando, impetrando, dando graças, identificando-se com Cristo -, e que ensina os outros a fazer do Sacrifício do Altar o centro e a raiz da vida do cristão, demonstrará realmente a grandeza incomparável da sua vocação, esse carácter com que foi selado, e que não perderá por toda a eternidade. Sei que me compreendeis quando vos afirmo que, ao lado de um sacerdote assim, se pode considerar um fracasso - humano e cristão - a conduta de alguns que se comportam como se tivessem de pedir desculpa por ser ministros de Deus. É uma desgraça, porque os leva a abandonar o ministério, a arremedar os leigos, a procurar uma segunda ocupação que a pouco e pouco suplanta a que lhes é própria por vocação e por missão. Frequentemente, ao fugir do trabalho de cuidar espiritualmente das almas, tendem a substituí-lo por uma intervenção em campos próprios dos leigos - nas iniciativas sociais, na política -, aparecendo então esse fenómeno do clericanismo, que é a patologia da verdadeira missão sacerdotal.
(Amar a Igreja - p.49)

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Tempos de Provação

Eu não saberia dizer quantas vezes se cumpriram estas palavras proféticas do Apóstolo. Mas só um cego deixaria de ver como actualmente se estão a verificar quase à letra. Rejeita-se a doutrina dos mandamentos da Lei de Deus e da Igreja, tergiversa-se sobre o conteúdo das bem-aventuranças dando-lhe um significado político-social: e quem se esforça por ser humilde, manso e limpo de coração, é tratado como um ignorante ou um atávico defensor de coisas passadas. Não se suporta o jugo da castidade e inventam-se mil maneiras de ludibriar os preceitos divinos de Cristo.

Há um sintoma que os engloba todos: a tentativa de desviar os fins sobrenaturais da Igreja. Por justiça, alguns já não entendem a vida de santidade, mas uma luta política determinada, mais ou menos tingida de marxismo, que é inconciliável com a fé cristã. Por libertação, não admitem a batalha pessoal para fugir do pecado, mas uma tarefa humana, que pode ser nobre e justa em si mesma, mas que carece de sentido para o cristão quando implica a desvirtuação da única coisa necessária, a salvação eterna das almas, uma a uma.

*S. Josemaría Escrivá - Amar a Igreja, P. 27

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Ladainha em favor das almas

Senhor, tende piedade de nós!
Cristo, tende piedade de nós!
Senhor, tende piedade de nós!
Jesus Cristo, ouvi-nos!
Jesus Cristo, atendei-nos!
Pai Celeste, verdadeiro Deus, tende piedade das almas do purgatório!
Filho, Redentor do mundo, verdadeiro Deus, tende piedade das almas do purgatório!
Espírito Santo, verdadeiro Deus, tende piedade das almas do purgatório!
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade das almas do purgatório!
Santa Maria, rogai pelas almas do purgatório!
Santa Mãe de Deus, rogai pelas almas do purgatório!
Santa Virgem das virgens, rogai pelas almas do purgatório!
São Miguel, rogai pelas almas do purgatório!
Santos Anjos e Arcanjos, rogai pelas almas do purgatório!
Coro dos Espíritos Bem-Aventurados, rogai pelas almas do purgatório!
São João Batista, rogai pelas almas do purgatório!
São José, rogai pelas almas do purgatório!
Santos Patriarcas e santos Profetas, rogai pelas almas do purgató
São Pedro, rogai pelas almas do purgatório!
São Paulo, rogai pelas almas do purgatório!
São João,rogai pelas almas do purgatório!
Santos Apóstolos e santos Evangelistas, rogai pelas almas do purgatório!
Santo Estevão, rogai pelas almas do purgatório!
São Lourenço, rogai pelas almas do purgatório!
Santos Mártires, rogai pelas almas do purgatório!
São Gregório, rogai pelas almas do purgatório!
Santo Ambrósio, rogai pelas almas do purgatório!
Santo Agostinho, rogai pelas almas do purgatório!
São Jerônimo, rogai pelas almas do purgatório!
Santos Pontífices e santos Confessores, rogai pelas almas do purgatório!
Santos Doutores, rogai pelas almas do purgatório!
Santos Sacerdotes e santos Levitas, rogai pelas almas do purgatório!
Santos Frades e santos Eremitas, rogai pelas almas do purgatório!
Santas Virgens e santas Viúvas, rogai pelas almas do purgatório!
Vós todos, santos amigos de Deus, rogai pelas almas do purgatório!
Sede-nos propício, perdoai-lhes, Senhor!
Sede-nos propício, ouvi-nos, Senhor!
De seus sofrimentos, livrai-as, Senhor!
Da vossa cólera, livrai-as, Senhor!
Da severidade da vossa justiça, livrai-as, Senhor!
Do remorso da consciência, livrai-as, Senhor!
Das tristes trevas que as cercam, livrai-as, Senhor!
Dos prantos e gemidos, livrai-as, Senhor!
Pela vossa encarnação, livrai-as, Senhor!
Pelo vosso nascimento, livrai-as, Senhor!
Pelo vosso doce Nome, livrai-as, Senhor!
Pela vossa profunda humildade, livrai-as, Senhor!
Pela vossa obediência, livrai-as, Senhor!
Pelo vosso infinito amor, livrai-as, Senhor!
Pela vossa agonia e vossos sofrimentos, livrai-as, Senhor!
Pela vossa paixão e vossa santa cruz, livrai-as, Senhor!
Pela vossa santa ressurreição, livrai-as, Senhor!
Pela vossa admirável ascensão, livrai-as, Senhor!
Pela vinda do Espírito Santo consolador, livrai-as, Senhor!
No dia do julgamento, livrai-as, Senhor!
Ainda que sejamos pecadores, nós vos pedimos, ouvi-nos!
Vós que perdoastes aos pecadores e salvastes o bom ladrão, nós vos pedimos, ouvi-nos!
Vós que nos salvais por misericórdia, nós vos pedimos, ouvi-nos!
Vós que tendes as chaves da morte e do inferno, nós vos pedimos, ouvi-nos!
Dignai-vos livrar das chamas nossos parentes, amigos e benfeitores, nós vos pedimos, ouvi-nos!
Dignai-vos salvar todas as almas que gemem longe de vós, nós vos pedimos, ouvi-nos!
Dignai-vos ter piedade daqueles que não têm intercessores neste mundo, nós vos pedimos, ouvi-nos!
Dignai-vos admiti-las no número de vossos eleitos, nós vos pedimos, ouvi-nos!

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, dai-lhes o descanso eterno!
(rezar três vezes)

ORAÇÃO: Oh! Deus, Criador e Redentor de todos os fiéis, concedei vossos servos e de vossas servas, a remissão de todos os pecados, a fim de pelas humildes orações da vossa Igreja, eles obtenham o perdão que sempre desejaram. É o que vos pedimos por elas, oh! Jesus, que viveis e reinais por todos os séculos. Amém.

sábado, 31 de outubro de 2009

A Igreja popular não é nossa Igreja Católica

A igreja popular que nos é proposta como uma nova alternativa de vida eclesial, simplesmente, já não é nossa Igreja Católica. Não tem nada daquilo que o Concílio Vaticano II descrevia como ‘’o mistério da Igreja’’, esta realidade divina transcendente e salvífica visivelmente presente entre os homens, ‘’a um tempo, humana e divina, visível mas ornada de dons invisíveis, operosa na ação e devotada à contemplação, presente no mundo e no entanto peregrina; e tudo isso de maneira que nela o humano se ordene ao divino e a ele se subordine, o visível ao invisível, a ação à contemplação e o presente à cidade futura que buscamos’’ (SC 2); esta realidade complexa divino-humana, na qual a parte humana, terrestre, visível, jurídica, hierárquica, social ou institucional é o orgão ou instrumento do qual se serve o Espírito de Cristo para santificar e salvar ou libertar os homens (LG 18a). Mas entendendo por salvar ou liberta ‘’não uma salvação imanente ao mundo, limitada às necessidades materiais ou mesmo espirituais, e que se exaurisse no âmbito da existência temporal e se identificasse, em última analise, com as aspirações, com as esperanças, com as diligências e com os combates temporais; mas sim uma salvação que ultrapassa todos estes limites, para vir a ter a sua plena realização numa comunhão com o único Absoluto, que é o de Deus: salvação transcendente e escatológica, que já tem certamente o seu começo nesta vida, mas que terá realização completa na eternidade’’ (Evangelii Nutiandi nº 27)

Nada disto, que é a natureza mesma do Corpo Místico de Cristo e constitui sua grandeza e é ao mesmo tempo a razão de ser de nosso amor á Igreja e de nossa entrega a ela e à sua missão, se encontra no conceito de igreja popular que agora nos querem apresentar como a nova eclesiologia. Os bispos chilenos que foram os primeiros que mais de perto experimentaram a irrupção deste insólito modo de conceber a Igreja, concluíram em seu documento de 16 de outubro de 1973 sobre Fé Cristã e Atuação Política, nº 74: ‘’Não é estranho que, sobre esta base se desvirtue a natureza da Igreja e sua institucionalidade essencial. Por este caminho somos conduzidos a uma ‘igreja nova’ sem dimensão sobrenatural, sem sacramentos, sem ministério hierárquico. Nós não podemos reconhecer nesta figura uma simples ‘renovação’ da Igreja perene, mas pura e simplesmente uma instituição diferente, com outra origem, outros fins e meios: uma nova seita. E na realidade os comportamentos de ordem prática deste grupo se aproximam perigosamente e cada vez mais a este caráter de seita’’.

Não há dúvidas que a Igreja de Cristo é e deve ser ‘’popular’’ ou ‘’do povo e para o povo’’, que ela é, como o proclamou uma vez mais o Concílio Vaticano II, o Povo de Deus da Nova Aliança. Entretanto, este Concílio entendia por ‘’povo’’ não exclusivamente os pobres-oprimidos-conscientizados, mas ‘’todos os homens em geral’’ (LG 13d): ‘’Todos os homens são chamados a formar parte do novo povo de Deus’’ (LG 13a). Contudo, ainda que todos os homens sejam chamados a esta unidade Católica do Povo de Deus, de fato nem todos fazem parte desde Povo. [...]

O Vaticano II conhece, pois, também um sentido mais estrito de ‘’povo’’ de Deus ou dos que estão incorporados ‘’plenamente’’ à Igreja de Jesus Cristo: são todos aqueles que ‘’tendo o Espírito de Cristo, aceitam a totalidade de suas organização (estruturas, institucionalidade) e todos os meios de salvação nela instituídos, e na sua estrutura visível regida por Cristo através do Sumo Pontífice e dos bispos que se unem a Ele pelos vínculos da profissão de fé, dos sacramentos, do regime e da comunhão eclesiástica’’ (LG 14b). Como se vê, nesta noção de povo, que é certamente restritiva e não abrange todos os homens, não entram considerações do tipo sociológicos que distingue entre probres e ricos, governados e governanter, etc. Uns e outros, sem nenhuma distinção de classe social, contanto que tenham as condições indicadas, são ‘’povo’’ e pertencem plenamente ao Povo de Deus da Nova Aliança. É evidente que os verdadeiros ‘’opressores’’ que são injustos, não as têm: ‘’ Não se salva contudo, embora incorporados à Igreja, aquele que, não perseverando na caridade permanece no seio da Igreja com o corpo, mas não com o coração’’ (LG 14b)

Esta é a verdadeira Igreja Popular.

Sem admitir a simplista identificação do ‘’povo’’ com o ‘’pobre’’ e entendendo a expressão Povo de Deus como se propõe o Concílio Vaticano II ( é um gravissimo erros de perspectiva, totalmente contrário ao Concílio, identificar o Povo de Deus com os leigos), seria também perfeitamente correto afirmar que o Povo de Deus é o portador do Evangelho, o sujeito da Igreja, com outros privilégios ou prerrogativas mais, mas sem nunca esquecer que esta Igreja de Cristo é uma comunidade sacerdotal e profética ‘’organicamente estruturada’’ (LG 11a), na qual não todos têm as mesmas funções, tarefas, responsabilidades, capacidades e competências: há diversidade de carismas, de ministérios e de modos de ação (cf. 1Co 12,4-6). Nem tudo é conferido pelo Sacramento do Batismo: e nem todos receberam o Sacramento da Ordem.

(D. Boaventura Kloppenburg – Igreja Popular, pág.77)

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Grandes Bispos Brasileiros: D. Romualdo Antônio de Seixas



Dom Romualdo Antônio de Seixas nasceu em Cametá, em 1 de novembro de 1787. Foi o 16º Arcebispo da Bahia, conde e marquês de Santa Cruz.

Filho de Francisco Justiniano de Seixas e de Ângela de Sousa Bittencourt, e sobrinho de Dom Romualdo de Sousa Coelho, oitavo bispo do Pará. Finalizou os estudos eclesiásticos em Lisboa.

Com a chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil, em 1808, o bispo do Pará, Dom Manuel enviou o Padre Manuel Evaristo de Brito Mendes e o diácono Romualdo de Seixas cumprimentar El Rei em nome do clero paraense. Manuel e Romualdo voltaram a Belém com a nomeação de cônegos da Sé Paraense e Cavaleiros da Real Ordem de Cristo.

Romualdo de Seixas foi ordenado presbítero em Belém, a 1 de novembro de 1810, por Dom Manuel de Almeida de Carvalho. Foi nomeado pároco de Cametá e posteriormente Vigário Capitular.

O cônego Romualdo de Seixas presidiu a Junta Governativa Provisória da província do Grão-Pará e Rio Negro de 1821 a 1822 e em 1823.

O Imperador do Brasil, D. Pedro I, por decreto de 12 de outubro de 1826 o nomeou 16º Arcebispo da Bahia. O Papa Leão XII confirma a nomeação a 30 de maio de 1827.

O Cônego Romualdo foi ordenado bispo a 28 de outubro de 1827, pelo Bispo Capelão-Mor Dom José Caetano da Silva Coutinho, bispo do Rio de Janeiro.

Recebeu o pálio arquiepiscopal a 4 de novembro de 1827. Em 31 de janeiro de 1828 tomou posse por procuração e fez sua entrada solene na catedral de Salvador a 26 de novembro de 1828.

Foi deputado pelo Pará e pela Bahia, tendo presidido a Câmara em 1828 e 1829. Recebeu de Pedro I o título de pregador da Capela Imperial e a grande dignitária da Imperial Ordem da Rosa e de Pedro II a grã-cruz da Imperial Ordem de Cristo.

Em 1841 presidiu a solenidade de sagração de D. Pedro II, Imperador do Brasil, e dele recebeu a Grã-Cruz da Real Ordem de Cristo. Recebeu o título de Conde de Santa Cruz, por decreto imperial de 2 de dezembro de 1858. Em 14 de março de 1860 foi nomeado Marquês de Santa Cruz.

Foi sócio da Academia de Munique, do Instituto da África em Paris; do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Sociedade Real dos Antiquários do Norte e outras sociedades de ciências e letras.

Correspondeu-se com Martius e Spix após manter contato pessoal quando da viagem destes à Amazônia. Ao regressarem à Europa, os naturalistas lhe enviaram de lá o diploma de sócio da Real Academia das Ciências de Munique.

Faleceu em 29 de novembro de 1960, em Salvador.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Ainda no ''espírito do DNJ'', mais um texto de S João Bosco sobre a juventude

Do respeito que devemos ter ás igrejas e aos ministros sagrados

Á obediência e ao respeito aos superiores deve andar unido o respeito ás igrejas e a todas as coisas da religião.Somos cristãos; por isso devemos venerar tudo o que se relaciona com este estado de cristãos e especialmente a igreja, que é chamada templo de Deus, lugar de santidade, casa de oração.Tudo o que pedirmos a Deus na igreja, alcançaremos: Omnis enim qui petit áccipit.Ah! meus caros filhos, quanto sois agradáveis a Jesus Cristo e que belo exemplo dais aos outros, estando na igreja com devoção e recolhimento! Quando São Luis ia à igreja, corria a gente para vê-lo e todos ficavam edificados pela sua modéstia e pelo seu porte.Quando entrardes em uma igreja, evitai correr e fazer ruído; mas, tomando água benta e depois de fazer a devida reverência ao altar, ide ao lugar que vos está marcado e ajoelhando adorai a Santíssima Trindade, rezando três glórias ao Pai.

Se ainda não for hora de começarem as funções religiosas, podeis rezar as setes alegrias de Nossa Senhora ou fazer algum outro exercício de piedade.Evitai com o maior cuidado ri na igreja ou falar sem necessidade.É suficiente uma palavra ou um sorriso para dar mau exemplo e incomodar os que assistem ás sagradas funções.Santo Estanislau kostka estava na igreja com tanta devoção, que muitas vezes não ouvia quem o chamava, nem percebia os empuxes com os quais os seus criados o advertiam que já era tempo de voltar para casa.

Recomendo-vos sumo respeito aos sacerdotes e aos religiosos.Por isso recebei com veneração os avisos que vos derem; tirai o chapéu em sinal de respeito, quando falais com eles ou quando os encontrardes na rua.Deus vos livre de que chegueis a desprezá-los com atos ou com palavras.Tendo alguns menino escarnecido do profeta Eliseu dando-lhe apelidos, o Senhor os castigou fazendo sair de uma floresta dois ursos, que, atirando-se a eles, mataram quarenta e dois.Quem não respeita os ministros sagrados deve recear um grande castigo de Nosso Senhor.Sempre que se falar deles, imitai o jovem Luis Comolo, o qual costumava dizer: Dos ministros sagrados ou falar bem ou calar absolutamente.

Por último, quero adverti-los que não deveis envergonhar-vos de ser cristãos também fora da igreja!Por isso, quando passardes de ante das igrejas ou de alguma imagem de Maria ou dos outros Santos, não deixeis de tirar o chapéu em sinal de veneração.Desta arte mostrarvos- eis verdadeiros cristãos e Deus vos encherá de bênçãos por causa do bom exemplo que dais ao próximo.



Fontes: S. João Bosco - O Jovem Instruído na Prática de Seus Deveres Religiosos

domingo, 25 de outubro de 2009

S. João Bosco: A salvação da alma depende geralmente do tempo da juventude

Dois são os lugares que nos estão reservados na outra vida: para os maus, o inferno, onde se sofre todos os tormentos; para os bons, o Paraíso, onde se goza todos os bens.Mas o Senhor vos diz claramente que se vós começardes a ser bons no tempo da juventude, sereis igualmente no resto da vida, a qual será coroada com uma eternidade de glória. Pelo contrário, se começardes a viver mal no tempo da juventude, muito facilmente continuareis assim até a morte, e isto vos conduzirá inevitavelmente ao inferno.

Por isso, quando virdes homens de idade avançada entregues ao vício da embriaguez, do jogo, da blasfêmia, podereis quase sempre dizer que tais vícios começaram na juventude: Adoléscens juxta viam suam, etiam cum senúerit, non recédet ab ea.Ah! filhos querido, diz Deus, recorda-te do teu criador no tempo de tua juventude.Em outro lugar declara feliz o homem que desde a sua adolescência tenha levado o jugo dos mandamentos: Bonum est viro, cum poratáverit jugum ab adolescéntia sua.

Esta verdade foi bem conhecida pelos santos, especialmente por santa Rosa de Lima e por são Luis Gonzaga, os quais, tendo começado a servir fervorosamente a Nosso Senhor desde a mais tenra idade, quando adultos só achavam gosto nas coisas de Deus e assim se tornaram grandes santos.O mesmo se diga do filho de Tobias que, desde o início de sua juventude, foi sempre obediente e submisso aos seus pais:Este morreram e ele continuou a viver virtuosamente até a morte.

Mas dirão alguns: se começamos agora a servir a Deus, tornaremos tristonhos.Respondo-vos que isso não é verdade.Andarás triste quem serve ao demônio, pois que, por mais que se esforce para estar alegre, terá sempre o coração a lhe segredar entre lágrimas: És infeliz, porque és inimigo do teu Deus.Quem mais afável e jovial que

São Luis Gonzaga?Quem mais alegre e gracioso do que São Felipe Néri e São Vicente de Paulo?E contudo, a vida deles foi um contínuo exercício de todas as virtudes.

Animo pois, meus caros filhos; dedicai-vos em tempo á virtude e eu vos garanto que tereis sempre o coração alegre e contente e experimentareis quanto é doce e agradável o serviço do Senhor.



Fonte: S. João Bosco - O Jovem Instruído na Prática de Seus Deveres Religiosos

sábado, 24 de outubro de 2009

Grandes Bispos Brasileiros: D. Antônio de Macedo Costa



Dom Antônio de Macedo Costa nasceu em Engenho Nossa Senhora do Rosário de Copioba, Maragogipe, em 7 de agosto de 1830.

Seus pais foram José Joaquim de Macedo Costa e Joaquina de Queirós Macedo.

Ingressou no seminário da Bahia no dia 31 de dezembro de 1848. Fez os seus estudos eclesiásticos na França, no período de 1852 a 1854 no Seminário de Saint Celestin, em Bourges; e de 1854 a 1857 no Seminário de São Sulpício, em Paris. Ordenou-se presbítero no dia 19 de dezembro de 1857, aos 27 anos, em Paris, pelas mãos do Cardeal Arcebispo de Paris, François Nicholas Madeleine Morlot (1795-1862).

Doutorou-se em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, no dia 28 de junho de 1859.

Indicado para o episcopado pelo paraense Dom Romualdo de Seixas, Arcebispo de Salvador, o seu nome é apresentado pelo Imperador do Brasil Dom Pedro II à Santa Sé no dia 23 de março de 1860.

No dia 20 de dezembro de 1860 o Papa Pio IX confirma a nomeação do Padre Dr. Antônio de Macedo Costa como 10º Bispo do Pará.

Dom Macedo Costa foi ordenado bispo no dia 21 de abril de 1861, pelas mãos do Internúncio Apostólico no Brasil, Dom Mariano Falcinelli Antoniacci, OSB, (1806-1874).

Dom Antônio toma a posse no bispado por procuração no dia 23 de maio de 1861; chega a Belém no dia 24 de julho. Sua entrada solene na catedral deu-se a 10 de agosto. Faz publicar no mesmo dia de sua entrada sua primeira Carta Pastoral, com data de 1º de agosto.

Durante seu governo episcopal ocorre a chamada “Questão religiosa”. No dia 28 de abril de 1874 Dom Macedo Costa foi preso e condenado a quatro anos de prisão com trabalhos forçados por crime de sedição, com ele estava Dom Vital Maria Gonçalves de Oliveira, bispo de Olinda e Recife.

No dia 26 de junho de 1890 Dom Antônio é transferido para a Arquidiocese de São Salvador da Bahia. Faleceu em Barbacena, Minas Gerais, no dia 20 de março de 1891, antes de ocupar o sólio primacial.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Grandes Bispos Brasileiros: D. Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti



Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, foi o décimo bispo nomeado de Goiás, décimo bispo de São Paulo; o décimo terceiro bispo e segundo arcebispo do Rio de Janeiro e o primeiro sacerdote brasileiro e latino americano a ser elevado ao título e dignidade de cardeal.

Nasceu em Arcoverde-Brasil, estado de Pernambuco, em 17 de janeiro de 1850. Era filho de Antônio Francisco de Albuquerque Cavalcanti e de Marcelina Dorotéia de Albuquerque Cavalcanti.

Com treze anos, entrou para o Seminário Menor, em Cajazeiras, na Paraíba. Aos 16 anos, em 1866, seguiu para Roma, onde cursou Ciências e Letras, Filosofia e Teologia, tendo concluído seus estudos no Pontifício Colégio Pio Latino Americano.

Foi ordenado sacerdote a 4 de abril de 1874, na Arquibasílica de São João Latrão. Por dois anos permaneceu estudando em Paris, regressando ao Brasil, em 1876, quando o bispo de Olinda, Dom Vital Maria Gonçalves de Oliveira, o incumbiu de estrutura o Seminário, no qual foi professor de Filosofia e reitor. Foi também pároco nos bairros recifenses da Boa Vista e Corpo Santo, e em Cimbres. Foi professor de francês no Recife e diretor do Colégio Pernambucano. Em 1888, Dom Pedro II o indicou para bispo auxiliar da Bahia, nomeação que não aceitou.
No dia 26 de junho de 1890, aos 40 anos, em virtude do regime do padroado, foi indicado, bispo de Goiás, o que foi confirmado pelo Papa Leão XIII.

Foi sagrado bispo, em Roma, no dia 26 de outubro de 1890, pelas mãos de S. Ema. Revma. Mariano Cardeal Rampolla del Tindaro, secretário de Estado da Santa Sé, sendo consagrantes: S. Ema. Revma: Domenico Cardeal Ferrata, secretário da extinta Congregação de Negócios Eclesiásticos Extraordinários; e Dom Antônio de Macedo Costa, então Arcebispo de Arquidiocese de São Salvador da Bahia. Renunciou ao cargo, no dia seguinte à sua sagração.

Transferiu-se para Itu, em São Paulo, onde passou a lecionar no Colégio São Luís, de propriedade dos jesuítas, que haviam voltado ao Brasil.

Em 26 de agosto de 1892, foi designado bispo auxiliar de Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho, arcebispo de São Paulo, que se encontrava doente. Recebeu a sede titular de Argos. Nesta função, foi incumbido de ir pessoalmente à Europa para contatar as congregações religiosas que deveriam vir ao Brasil para ações missionárias e de educação, quais foram: redentoristas, lazaristas e premonstratenses. Aos últimos foi confiado o Santuário de Bom Jesus e o Seminário do clero secular, na cidade paulista de Pirapora do Bom Jesus. Em 19 de agosto de 1894, estando em Paris, recebe a notícia do falecimento de Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho, e também é nomeado seu sucessor. A 30 de setembro do mesmo ano toma posse como décimo bispo de São Paulo.

A 24 de agosto de 1897, é elevado, pelo Papa Leão XIII, a arcebispo metropolitano do Rio de Janeiro, tomando posse a 31 de agosto de 1897.

No Consistório do dia 11 de dezembro de 1905, presidido pelo Papa São Pio X, na Basílica de São Pedro, o criou Cardeal presbítero, do título de São Bonifácio e Santo Aleixo. Tornou-se , pois, o primeiro cardeal do Brasil e da América Latina.

Mesmo tendo sido curto o período em que exerceu o episcopado em São Paulo, o Cardeal Arcoverde teve importante atuação no sentido de superar os atritos com o novo regime republicano, principalmente no que se referia à extinção do ensino religioso nas escolas públicas. Foi ele quem fundou a Federação das Associações Católicas. Durante o seu governo foram iniciadas a construção de diversas igrejas tradicionais de São Paulo, como a de Bom Jesus, no bairro do Brás. Também foi ele que criou a tradicional Paróquia de Santa Cecília, nomeando seu primeiro pároco o Padre Duarte Leopoldo e Silva, futuro primeiro arcebispo de São Paulo.

Faleceu 18 de abril de 1930 aos oitenta anos, no Rio de Janeiro, como seu arcebispo, estando sepultado na catedral daquela cidade.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Grandes Bispos Brasileiros: D. Antônio Ferreira Viçoso



Dom Antônio Vicente Ferreira Viçoso CM, nasceu em Peniche(Portugal) em 13 de maio de 1787, foi um religioso lazarista, oitavo bispo da arquidiocese de Mariana e escritor, tendo sido autor de diversas obras de caráter religioso, dentre as quais O romano.

Filho de Jacinto Ferreira Viçoso, conhecido como O Manso, e de Maria Gertrudes; neto paterno de Francisco Ferreira Viçoso e de Joana Maria e, materno, de Luís dos Remédios e de Joana Francisca. Ingressou no noviciado da Congregação da Missão, em Lisboa, no dia 25 de julho de 1811, onde foi ordenado padre no dia 7 de março de 1818, aos trinta anos.

Ensinou filosofia no seminário de Évora. Vindo de Portugal para fundar missões na província de Mato Grosso, juntamente com o padre Leandro Rebelo Peixoto e Castro, com quem fundou a primeira província lazarista brasileira, acabou por se tornar diretor do colégio de Caracas, em Minas Gerais, e mais tarde do de Jacuecanga, no Rio de Janeiro e do de Campo Belo.

Antônio Ferreira Viçoso foi indicado, no regime do padroado, por D. Pedro II para ser bispo de Mariana no dia 12 de janeiro de 1844, aos 57 anos. Foi ordenado bispo no dia 5 de maio de 1844, pelas mãos de Dom Manuel do Monte Rodrigues de Araújo, Dom Pedro de Santa Mariana e Sousa, OCD e de Dom José Afonso de Morais Torres.

Reformou o seminário de Mariana, fundado em 1750, aplicando as normas do Concílio de Trento para a formação do clero. Confiou sua direção aos seus confrades da Congregação da Missão.

Durante seu governo, circulou o periódico Selecta Catholica (1846 – 1847), publicado por um grupo de religiosos ligados a Dom Antônio.

D. Pedro II conferiu-lhe no dia 7 de março de 1868 o título de conde de Conceição. Conselheiro imperial, recebeu ainda a comenda da Imperial Ordem de Cristo e o grau de oficial da Imperial Ordem da Rosa.

Faleceu no dia 5 de agosto de 1875. Em 1985, realizou-se o processo ordinário diocesano para a causa de sua beatificação e canonização. Em 1986, foi-lhe atribuído o título de Servo de Deus.


*Apesar de não ter nascido no Brasil, exerceu grande apostolado no Brasil, por isso achei por bem incluí-lo na sessão sobre Bispos Brasileiros.

domingo, 18 de outubro de 2009

Convite ao Rosário - Papa Leão XIII

1. Ao aproximar-se o mês de Outubro, já agora consagrado à beatíssima Virgem, é para Nós coisa sumamente grata relembrar as solícitas recomendações que, nos anos precedentes, vos dirigimos, ó Veneráveis Irmãos, a fim de que em toda parte os fiéis, impelidos pelo vosso zelo autorizado, se volvessem, com reavivada piedade, para a grande Mãe de Deus, para a poderosa auxiliadora do povo cristão; a ela recorrendo suplicantes, durante o mês inteiro, com o rito do santo Rosário: Rosário que a Igreja habitualmente usou e divulgou, sobretudo nos tempos mais tempestuosos; e sempre com o desejado êxito.

2. Temos a peito manifestar-vos, também este ano, o mesmo desejo, e renovar-vos a mesma exortação. Impele-nos a isto urgentemente, e a isso nos estimula, o Nosso amor à Igreja, cujas angústias, antes que se aligeirarem, crescem cada dia mais em número e em aspereza.

Males que afligem a Igreja

3. A todos são conhecidos os males que Nós deploramos: a luta desapiedada contra os sagrados e intangíveis dogmas, que a Igreja guarda e transmite; a zombaria da integridade da virtude cristã, que a Igreja defende; a trama de calúnias de mil modos urdidas; o ódio fomentado contra a sagrada ordem dos bispos, e principalmente contra o Romano Pontífice; os ataques dirigidos, com a mais impudente audácia e a criminosa impiedade, contra a própria divindade de Cristo, no intuito de extirpar pelas raízes e de destruir a obra divina da Redenção, que força alguma poderá jamais destruir nem cancelar.

4. Estes ataques não são, certamente, uma novidade para a Igreja militante. Porquanto, depois do aviso dado por Cristo aos Apóstolos, ela sabe que, para instruir os homens no caminho da verdade e guiá-los à salvação eterna, ela deve todo dia descer a campo e travar combate. E, na realidade, nos séculos ela sempre lutou intrepidamente até ao martírio, considerando como sua precípua alegria e glória o poder unir o seu sangue ao do seu Fundador: no qual está depositada a segura esperança da prometida vitória.

5. Por outra parte, entretanto, não podemos ocultar nos o profundo senso de tristeza que penetra os melhores, ante esta contínua tensão de batalha. De fato, é motivo de imensa tristeza ver o grande número dos que, pela perversidade dos erros e por esta insolente atitude contra Deus, são arrastados para longe e impelidos para o abismo; o grande número dos que, pondo num mesmo plano todas as formas de religião, pode-se dizer que já estão na iminência de abandonar a fé divina; o número notável dos que são cristãos só de nome, e não cumprem os deveres da sua fé.

E ainda mais nos aflige e nos atormenta o ânimo o considerarmos que a causa principal de tais ruinosos tais ruinosos e deploráveis males está na exclusão completa da Igreja das ordenações sociais, enquanto de propósito se hostiliza a sua salutar influencia. E nisto é de reconhecer um grande e merecido castigo de Deus, o qual cega miseravelmente as nações que se afastam d’Ele.

A necessidade da oração

6. Este estado de coisas mostra, com evidência sempre maior, o quanto é necessário que os católicos orem e supliquem a Deus com fervor e perseverança "sem nunca cessar" (1Tim 5, 17); e não somente em particular, porém ainda mais em público. Reunidos nos sagrados templos, conjurem Deus a se dignar, na sua infinita bondade, de livrar a sua Igreja "dos homens insolentes e malvados" (2 Tim 3, 2), e a reconduzir os povos ao caminho da salvação e da razão, na luz e no amor de Cristo.

7. Espetáculo incrível e maravilhoso! Enquanto o mundo percorre o seu caminho tormentoso, fiado nas suas riquezas, na sua força, nas suas armas e no seu engenho, a Igreja, com passo veloz e seguro, atravessa os séculos, depositando a sua confiança somente em Deus, a quem, de dia e de noite, ergue o olhar e estende as mãos súplices. Porque, embora na sua prudência não desdenhe os socorros humanos que, pela bondade divina, os tempos lhe oferecem, todavia não é nestes meios que ela deposita a sua principal esperança; mas sim na oração, coletiva e insistente, elevada ao seu Deus. Nesta fonte ela alimenta e fortifica a sua vida; porque, elevando-se, mediante a oração assídua, acima das vicissitudes humanas, e mantendo-se constantemente unida a Deus, é-lhe dado viver, plácida e tranqüila, da própria vida de Cristo. E nisto ela é fiel imagem de Cristo, a quem o horror dos tormentos, sofridos pelo nosso bem, nada diminuiu nem tirou da beatíssima luz e da felicidade que lhe são próprias.


*Da Encíclia Octobri Mense

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

São Pedro de Alcântara, Padroeiro do Brasil




Dados biográficos

Frei Pedro nasceu em Alcântara (Cáceres, Espanha) em 1499, portanto, neste ano estamos comemorando 410 anos de seu nascimento. Filho de Alonso Garabito e de Maria Vilela, recebeu no batismo o nome de Juan de Sanabria. Depois de três anos de estudos em Salamanca (1511-1515), entrou na Ordem Franciscana, na Custódia do Santo Evangelho (1516), que mais tarde, em 1520, se converteria em Província de São Gabriel. Em Majarretes (Badajoz), lugar de seu noviciado, nasceu um novo homem: Juan de Sanabria se transformou em Pedro de Alcântara.

Pouco depois, em 1519, um pouco antes de ser ordenado sacerdote, foi enviado como superior para fundar o Convento de Badajoz. Completados os estudos de filosofia, teologia, direito canônico, moral e homilética, conforme as determinações da época, foi ordenado sacerdote em 1524. Tornou-se superior em Robledillo, depois em Placencia e novamente em Badajoz, até que em 1532 obteve permissão para recolher-se a uma vida mais contemplativa no convento de Santo Onofre da Lapa. Em 1538 foi eleito Ministro Provincial da Província de São Gabriel.

Durante o período em que foi ministro provincial redigiu para seus religiosos estatutos muito severos, aprovados no Capítulo de Placencia, em 1540. Mas o começo de sua reforma teve lugar em 1544 quando, com o consentimento de Julio III, retirou-se para a pequena igreja de Santa Cruz de Cebollas, próximo de Coira. Em 1555 construiu o célebre convento de Pedroso, seguido de outros. A partir deste momento, a reforma prosperou amplamente e, em 8 de maio de 1559, obteve a aprovação de Paulo IV, que permitiu sua difusão também no exterior.

Pedro de Alcântara, com sua reforma, queria trazer de volta a Ordem Franciscana à genuína observância da Regra. Mediante a suma pobreza, a rígida penitência e um sublime espírito de oração alcançou os mais altos graus de contemplação e pode atrair numerosos franciscanos por aquele caminho de reforma que se propunha fazer reviver em seu século o franciscanismo dos primeiros tempos.

Foi confessor e diretor espiritual de Santa Teresa de Ávila e ajudou na reforma da Ordem Carmelita. Santa Teresa escreveu sobre ele: “Modelo de virtudes era Frei Pedro de Alcântara! O mundo de hoje já não é capaz de uma tal perfeição. Este homem santo é de nosso tempo, mas seu fervor é forte como de outros tempos. Tem o mundo a seus pés. Que valor deu o Senhor a este santo para fazer durante 47 anos tão rígida penitência!”.

Depois de uma grande atividade eremítica e apostólica, morreu em Arenas de San Pedro (Ávila), no dia 18 de outubro de 1562, aos 63 anos. Em 1622 foi beatificado por Gregório XV e, em 1669, foi canonizado por Clemente IX.

Padroeiro do Brasil

Logo após a Independência, Dom Pedro I entendeu que o Brasil precisava ter um santo padroeiro oficialmente autorizado pelo Papa, embora ele, Dom Pedro I, já tivesse feito a consagração do Brasil a Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida do Norte, em sua vinda de São Paulo para o Rio, logo após o 7 de Setembro. Assim, solicitou ao Papa que fizesse de São Pedro de Alcântara o Padroeiro do Brasil, tendo o Papa concordado.

Com a proclamação da República, São Pedro de Alcântara foi discretamente esquecido, provavelmente porque seu nome lembrava o dos imperadores e, além disso, mostrava o quanto havia de positiva ligação entre o Império e a religião. Porém, seu nome ainda continuou, por muito anos a ser lembrado nos missais mais tradicionais. E foi num destes missais, mais tradicionais, que se encontra a oração transcrita a seguir, a São Pedro de Alcântara, Padroeiro do Brasil, conforme consta no índice do missal citado ("Adoremus - Manual de Orações e Exercícios Piedosos" - Por Dom Frei Eduardo, O.F.M. - XX Edição Bahia - Tipografia de São Francisco - 1942).

Oração a São Pedro de Alcântara, Padroeiro do Brasil

Ó grande amante da Cruz e servo fiel do divino Crucificado, São Pedro de Alcântara; à vossa poderosa proteção foi confiada a nossa querida Pátria brasileira com todos os seus habitantes. Como Varão de admirável penitência e altíssima contemplação, alcançai aos vossos devotos estes dons tão necessários à salvação. Livrai o Brasil dos flagelos da peste, fome e guerra e de todo mal. Restituí à Terra de Santa Cruz a união da fé e o verdadeiro fervor nas práticas da religião.

De modo particular, vos recomendamos, excelso Padroeiro do Brasil, aqueles que nos foram dados por guias e mestres: os padres e religiosos. Implorai numerosas e boas vocações para o nosso país. Inspirai aos pais de família uma santa reverência a fim de educarem os filhos no temor de Deus não se negando a dar ao altar o filho que Nosso Senhor escolher para seu sagrado ministério.

Assisti, ó grande reformador da vida religiosa, aos sacerdotes e missionários nos múltiplos perigos de que esta vida está repleta. Conseguí-lhes a graça da perseverança na sublime vocação e na árdua tarefa que por vontade divina assumiram.

Lá dos céus onde triunfais, abençoai aos milhares de vossos protegidos e fazei-no um dia cantar convosco a glória de Deus na bem-aventurança eterna. Assim seja!

*Fonte: franciscanos.org.br

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Coroa Franciscana



A Coroa das Sete Alegrias de Nossa Senhora, chamada também de Coroa Seráfica ou Rosário Franciscano, compõe-se de sete mistérios, com um Pai-nosso, dez Ave-Marias e um Glória ao Pai, em honra das sete alegrias de Nossa Senhora, consubstanciadas nos seguintes principais mistérios:

1. Encarnação do Verbo divino;
2. Visitação da Mãe de Deus à sua prima santa Isabel;
3. Nascimento de Jesus;
4. Adoração prestada ao Divino Infante pelos três reis magos;
5. Encontro de Jesus no Templo;
6. Jubilosa Ressurreição do Salvador;
7. Coroação da Virgem Imaculada no céu.

Formas de rezar a Coroa Franciscana

Introdução e conclusão como na oração do Terço

1. Forma comum

1º No primeiro mistério consideramos a alegria de Nossa Senhora ao ouvir do Arcanjo São Gabriel que fora escolhida por Deus para ser Mãe do Salvador.
(1 Pai-nosso, 10 Ave-Marias e 1 Glória ao Pai)

2º No segundo mistério consideramos a alegria da Santíssima Virgem em casa de sua prima Santa Isabel, quando foi pela primeira vez saudada como Mãe de Deus.

3º No terceiro mistério consideramos o inefável gozo de Nossa Senhora no estábulo de Belém, quando seu Filho divino nasceu milagrosamente.

4º No quarto mistério consideramos a alegria de Nossa Senhora quando os três magos vieram de longe adorar o Menino Jesus e oferecer-lhe ouro, incenso e mirra.

5º No quinto mistério consideramos a alegria de Nossa Senhora quando achou o Divino Menino no Templo entre os doutores.

6º No sexto mistério consideramos a alegria e o júbilo da Santa Mãe de Deus, quando, na manhã de Páscoa, viu seu Filho divino ressuscitado e glorioso.

7º No sétimo mistério consideramos a maior de todas as alegrias de Nossa Senhora, quando morreu santamente e foi levada aos céus, com corpo e alma, acima dos coros angélicos, à direita de seu Filho divino, que a coroou Rainha dos anjos e dos santos.

2. Forma especial

Após cada Ave-Maria, acrescenta-se, depois das palavras
“...e bendito é o fruto de vosso ventre, Jesus”:

1º ... que com grande alegria concebestes do Espírito Santo. (E segue:) Santa Maria...
2º ... que com grande alegria levastes em visita à Isabel.
3º ... que com grande alegria destes à luz em Belém.
4º ... que com grande alegria apresentastes à adoração dos Magos.
5º ... que com grande alegria encontrastes no Templo.
6º ... que com grande alegria vistes ressuscitado e glorioso.
7º ... que vos elevou aos céus, ó Virgem Maria.

*Fonte: Seminário São Francisco

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Grandes Bispos Brasileiros: D. Expedito Lopes



Dom Expedito nasceu em 8 de Julho de 1914, no sítio Jerusalém, em Sobral, Ceará. Aos 7 anos, tornou-se coroinha na cidade de Sobral, distinguindo-se por sua piedade. Em 1925, iniciou os estudos no Seminário Menor de Sobral. Em 1932, transferiu-se para o Seminário Maior da Prainha, em Fortaleza. Distinguindo-se por piedade e estudo, foi enviado a Roma em junho de 1936, para terminar o curso de Teologia. Na Cidade Eterna, foi ordenado padre, no dia 30 de Outubro de 1938. Em Roma prosseguiu os estudos, doutorando-se em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em julho de 1941.

Voltando para Sobral, Padre Expedito torna-se Secretário do Bispado, Professor do Seminário, Professor de religião e capelão do Colégio Sant'Ana. Neste estabelecimento de ensino, organizou a Juventude Estudantil Católica, JEC, contagiando a todos com o seu entusiasmo.

Aos 30 de Agosto de 1948, com 34 anos, após 10 anos de sacerdócio, Padre Francisco Expedito Lopes é nomeado pelo Santo Padre Pio XII Bispo da nova Diocese de Oeiras, no Piauí. Sagrado Bispo na Catedral de Sobral aos 12 de Dezembro de 1948, escolheu como lema episcopal: "Instaurare omnia in Christo" - restaurar tudo em Cristo.
Em 6 de Janeiro de 1949, Dom Expedito assume a Diocese de Oeiras, revelando-se logo um Pastor zeloso e dedicado. Quase seis anos passou aí, evangelizando com ardor, quando em 1955 é transferido para a Diocese de Garanhuns, como seu quinto Bispo. Homem de oração, cultor da simplicidade, vivia pobremente no Palácio Episcopal, visitava frequentemente as Paróquias, nelas realizando um persistente trabalho de Missões, para reavivar a fé e formar o povo.

Paternamente firme na condução do seu clero, teve que tomar medidas disciplinares na correção de um deles. No dia primeiro de Julho de 1957, inconformado com a sua suspensão canônica, o Sacerdote disparou a queima-roupa três tiros contra o Bispo, na porta da residência episcopal. O Bispo, mortalmente ferido, dirigiu-se para a capela da residência, esvaindo-se em sangue diante do altar, aos pés de Cristo Sacramentado. Conduzido para o Hospital Dom Moura, aí faleceu pelas 2 horas da madrugada do dia 2 de Julho, após oito horas de agonia, vividas na total entrega a Deus. Durante a agonia, pronunciou algumas frases: "Seja feita a Vontade de Deus"" ... "Eu ofereço a minha vida"... "Pronto, Senhor, estou preparado!"... "Ofereço o sacrifício da minha vida pela Diocese de Garanhuns, pelo clero e pelos seminaristas".

Palavras do seu Testamento: "Nasci pobre, vivi sempre pobremente e na esperança de vir a morrer sem dinheiro, sem dívidas e sem pecados. Nada mais tenho a pedir senão que rezem muito para que Nosso Senhor nos conceda SANTOS SACERDOTES".

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Grandes Bispos Brasileiros: D. Boaventura Kloppenburg



D. Boaventura Kloppenburg nasceu em Molbergen, na Alemanha, em 11 de fevereiro de 1919.

Cursou os ensinos básico e fundamental, na cidade de Rolante, no Rio Grande do Sul. Completou o ensino médio no Seminário Menor de São Leopoldo em 1936 e 1937, e em Santa Maria, nos anos 1938 e 1939. Fez o curso de filosofia no Seminário Central de São Leopoldo, de 1940 a 1942; a teologia, no Convento Franciscano, na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, de 1943 a 1947.

Foi ordenado sacerdote na cidade de Bagé, no Rio Grande do Sul, aos 21 de dezembro de 1946. Fez especialização em Teologia Dogmática no Instituto Antonianum, em Roma, no ano de 1947 a 1950, depois fez o doutorado no mesmo instituto.
Foi professor de Teologia Dogmática em Petrópolis, de 1951 a 1971; em Porto Alegre em 1972, Roma em 1973, Medellín em 1974 a 1982; redator da Revista Eclesiástica Brasileira, de 1951 a 1972; reitor do Instituto Teológico-Pastoral do CELAM, em Medellín, de 1973 a 1982; Prefeito de Estudos em Petrópolis, de 1952 a 1960; Perito na Comissão Teológica do Concílio Vaticano II; Membro da Pontifícia Comissão Teológica Internacional, de 1975 a 1990; Perito nas Conferências Gerais do Episcopado Latino-americano no Rio de Janeiro em 1955, Medellín em 1968 e Puebla em 1979. Foi nomeado pelo Papa João Paulo II, Bispo Titular de Vulturaria e Auxiliar da Arquidiocese de Salvador, na Bahia, e ordenado a 1 de agosto de 1982, na cidade de Rolante, escolheu como lema de vida episcopal: Sub Umbris Fideliter.

No dia 8 de agosto de 1986, foi nomeado bispo para Diocese de Novo Hamburgo. No dia 22 de novembro de 1995 teve sua renúncia aceita pelo Papa João Paulo II, por limite de idade.

Faleceu no Rio Grande do Sul no dia 8 de maio de 2009.

Obras

Escreveu vários livros com orientação para Católicos, sobre a Umbanda, o Espíritismo, a Reencarnação, a Maçonaria, a Teologia da Libertação... Editou também, em português, os documentos do Concílio Vaticano II.

sábado, 26 de setembro de 2009

Grandes Bispos Brasileiros: D. Geraldo de Proença Sigaud




Lema: Da per Matrem

Biografia

Nasceu em Belo Horizonte em 26 de setembro de 1909. Foi ordenado sacerdote da Sociedade do Verbo Divino em 12 de março de 1932.

Depois de sua ordenação foi professor no Seminário Maior de São Paulo
ao lado de Antônio de Castro Mayer. Quando deu apoio ao livro escrito
por Plínio Correa de Oliveira, que denunciava a infiltração comunista
na ação Católica brasileira, foi enviado para a Espanha em março de 1946.
No entanto, contou com o apoio do Núncio Apostolico Benedetto Aloisi
Marsella, que assegurou seu retorno ao Brasil logo depois.

Em 29 de outubro de 1946 foi eleito Bispo de Jacarezinho pelo Papa Pio XII.
Recebeu em 1 de maio de 1947 a sagração Episcopal das mãos de D. Carlos Chiarlo
e tendo como co-sagrantes D. José Mauricio da Rocha e D. Manuel da Silveira
d'Elboux. Foi eleito mais tarde o quarto Arcebispo de Diamantina em 20 de
dezembro de 1960.

Após o Papa João XXIII convocar o Concílio Vaticano II em 1962, D. Geraldo
foi chamado para o Combate Contra Revolucionário, que foi contra o comunismo
e denunciou o ''Inimigo implacavel da sociedade, da Igreja e do Católico:
A Revolução''.

D. Geraldo participou, ativamente, de todas as sessões do Concilio Vaticano II, tendo sido um dos expoentes deste grande Concilio. Sua voz se fez ouvir, muitas e muitas vezes, na aula conciliar.

Determinado a organizar o Conselho De pensamento Conservador para fazer
oposição aos bispos progressistas, ele fundou em 1963 o Coetus Internationalis
Patrum com os Bispos D. Marcel Lefebvre e D. Antônio de Castro Mayer.
Mais tarde se transformou em secretário do grupo. Durante o Concílio,
levou uma petição assinada por 213 padres ao Cardeal Amleto Cicognani, pedindo
a condenação do marxismo, o socialismo e o comunismo. Apresentando mais tarde
ao Papa Paulo VI uma petição com assinatura de 510 padres, para a Consagração
da Rússica ao Imaculado Coração de Maria.

Apesar de seus pensamentos conservadores, executou o Novus Ordo Missae
em sua Arquidiocese e não deu apoio a SSPX de D. Marcel Lefebvre.

Por motivo de enfermidade, renunciou ao Munus Episcopal em 10 de setembro
de 1980.

Veio a falecer no dia 05 de setembro de 1999, em Belo Horizonte. Foi
sepultado no Cemitério do Bonfim, em Belo Horizonte.

Atividades durante o Episcopado

Sua excelência foi Professor Catedrático de Direito Escolar, Filosofia da Educação, História da Educação na Faculdade Sedis Sapientiae da Universidade Católica de São Paulo; Professor Catedrático de História da Filosofia na Faculdade de Filosofia em Jacarezinho.

D. Geraldo publicou semanalmente no jornal ‘’Estrela Polar’’ lições de catequese, a partir do Evangelho de domingo.

TFP

D. Geraldo foi um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP). Nas décadas de sessenta e setenta, no Brasil, nos chamados anos de chumbo, Dom Sigaud fez críticas severas ao chamado clero progressista, entrando em confronto muitas vezes com Dom Hélder Câmara.


Centenário – 1909/2009

Hoje, 26 de setembro de 2009 comemora-se 100 anos do nascimento desse grande Bispo que lutou com unhas e dentes contra o comunismo.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Índice Bíblico Contra os Erros Protestantes

A Bíblia traduzida para o português pelo Pe. Matos Soares é considerada por muitos como a melhor versão das Sagradas Escrituras para nossa língua. É traduzida diretamente da Vulgata de São Jerônimo, tem excelentes e ortodoxas notas de rodapé, além de um interessantíssimo índice de citações bíblicas contra os erros dos protestantes.

TEXTOS DA BÍBLIA QUE CONSTITUEM O DOGMA CATÓLICO
CONTRA OS ERROS PROTESTANTES

Pe. Matos Soares

Absolvição

• O poder de dar a absolvição prometido e concedido aos pastores da Igreja: Mt 16, 19; 18, 18; Jo 20, 22-23.

Anjos

• Somos confiados à sua guarda: Mt 18, 10; Hb 1, 14; Ex 23, 20-21; Sl 90, 11-12;.
• Oferecem as nossas orações: Ap 8.
• Rogam por nós: Zc 1,12.
• Estamos em comunhão com eles: Hb 12, 22.
• Foram venerados pelos servos de Deus: Js 5, 14-15.
• Também foram invocados: Gn 48, 15-16; Os 12, 4; Ap 1, 4.


Batismo

• É ordenado por Jesus Cristo: Mt 28, 19.
• Necessário para a salvação: Jo 3, 5.
• Administrado pelos Apóstolos com água: At 8, 36-38; 10, 47-48.
• Além disto: Ef 5, 26; Hb 10, 22; 1Pd 3, 20-2.
• Quanto ao batismo das crianças: Lc 18,16 comparado com Jo 3, 5


Chefes ou governadores da Igreja e a sua autoridade

• Dt 18, 8-9; Mt 18, 17-18; 28, 18-20; Lc 10, 16; Jo 14, 16-17-26; 16, 13; 20, 21; Ef 4, 11-12; Hb 13, 7-17; 1Jo 4, 6.


Cristo (Jesus)

• É o Filho unigênito de Deus, o verdadeiro Filho de Deus por natureza, o único gerado de Deus: Mt 16, 16; Jo 1, 14; 3, 16-18; Rm 8, 32; 1Jo 4, 9.
• O mesmo Deus que seu Pai e igual a Ele: Jo 5, 18-19-23; 10,30; 14, 9s; 16, 14-15; 17, 10; Fl 2, 5-6;
• Verdadeiro Deus: Jo 1, 1; 20, 28-29; At 20, 25; Rm 9, 5; Tt 2, 13; 1Jo 3, 16; 5, 20; além disto: Is 9, 6; 35, 4-5; Mt 1, 23; Lc 1, 16-17; Hb 1, 8.
• É o criador de todas as coisas: Jo 1, 3-10-11; Cl 1, 5-16-17; Hb 1, 2-10-12; 3, 4.
• O Senhor da Glória: 1Cor 2, 8.
• O Rei dos reis e Senhor dos senhores: Ap 17, 4; 19, 16.
• O primeiro e o último, o alfa e o ômega, o princípio e o fim, o Onipotente: Ap 1, 8-17; 22, 12-13.
• Morreu por todos: Jo 3, 13-17; Rm 5, 18; 2Cor 5, 14-15; 1Tm 2, 3-6; 4, 10; Hb 2, 9; 1Jo 2, 1-2; também pelos condenados: Rm 14, 15; 1Cor 8, 11; 2Pd 2,1.


Comunhão

• Sob uma só espécie é suficiente para a salvação: Jo 6, 55-57-58.
• O Corpo e o Sangue de Jesus Cristo são agora inseparáveis: Rm 6, 9.
• Menção de uma espécie unicamente: Lc 24, 30-31; At 20, 7; 1Cor 10, 17.


Concílios da Igreja

• São assistidos por Cristo: Mt 18, 20; e pelo Espírito Santo: At 15, 28.
• Seus decretos devem ser cuidadosamente observados pelos fiéis: At 15, 41; 16, 4.


Confissão dos pecados

• Confessar os pecados: Nm 5, 6-7; Mt 3, 6; At 19, 18; Tg 5, 16.
• A obrigação da confissão é uma conseqüência do poder judiciário de atar e desatar, de reter os pecados, dada aos pastores da Igreja de Cristo: Mt 18, 18; Jo 20, 22-23.


Confirmação

• Foi administrada pelos apóstolos: At 8, 15-17; 19, 6; 2Cor 1, 21-22; Hb 6, 2.


Continência

• É possível: Mt 19, 11-12.
• O voto que se faz obriga: Dt 23, 21.
• A transgressão do voto é condenável: 1Tm 5, 12.
• A prática é recomendada: 1Cor 8, 8-27-37-38-40.
• Quanto aos motivos que respeitam particularmente ao clero: 1Cor 7, 32-33-35.


Escritura Sagrada

• É difícil de compreender, e muitos lhe dão, hoje em diante, este sentido para sua própria perdição: 2Pd 3, 16.
• Não deve explicar-se por uma interpretação particular: 2Pd 1, 20.
• É alterada pelos hereges: Mt 19, 11.


Espírito Santo

• Sua divindade: At 5, 3-4; 28, 25-26; 1Cor 2, 10-11; 6, 11-19-20; vide também: Mt 12, 31-32.
• A fórmula do Batismo: Mt 28, 19-20.
• Procede do Pai e do Filho: Jo 15, 26.


Eucaristia

• A presença real do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo, e a transubstanciação provadas por: Mt 26, 26; Mc 14, 22-24; Lc 22, 19; Jo 6, 51-52s; 1Cor 10, 16; 11, 21-24-25-27-29.


Unção dos Enfermos

• Tg 5, 14-15.




• A verdadeira fé é necessária à salvação: Mc 16, 16; At 2, 47; 4, 12; Hb 11, 6.
• A fé sem as boas obras é uma fé morta: Tg 2, 14-17-20.
• A fé só não justifica: Tg 2, 24.
• Mas a fé obrando pela caridade: Gl 5, 6.
• A fé não implica a certeza absoluta do estado de graça, e muito menos ainda da salvação eterna: Rm 11, 20-22; 1Cor 9, 27; 10, 12; Fl 2, 2; Ap 3, 11.


Igreja (a) de Jesus Cristo

• Existirá para sempre: Mt 16, 18; 28, 20; Jo 16, 16-17; Sl 47, 9; 71, 5-7; 88, 3-4-20-36-37; 131, 13-14; Is 9, 7; 54, 9-10; 59, 20-21; 60, 15-18s; 62, 6; Jr 31, 21-26; 33, 17s; Ez 37, 21-26; Dn 2, 44.
• A Igreja é o Reino de Cristo: Lc 1, 33; Dn 2, 44.
• A cidade do grande Rei: Sl 47, 2.
• Seu descanso e sua habitação para sempre: Sl 131, 13-14.
• A casa de Deus vivo: 1Tm 3,15.
• O aprisco da qual Cristo é o pastor: Jo 10, 13.
• corpo da qual Cristo é a cabeça: Cl 1, 18; Ef 5, 23.
• A esposa da qual é o esposo: Ef 5, 31-32.
• Está sempre sujeita a Ele e sempre amada e fiel para com Ele: Ef 5, 24.
• Sempre amada e querida dEle: Ef 5, 25-29.
• E unida a Ele por uma união indissolúvel: Ef 5, 31-32.
• A Igreja é a coluna e o fundamento da verdade: 1Tm 3, 15.
• O pacto de Deus com Ela é uma pacto de paz: Ez 37, 26.
• Pacto confirmado por um juramento solene, imutável como aquele que fez com o Patriarca Noé: Is 54, 9.
• Como o que fez com o dia e com a noite por todas as gerações: Jr 33, 20-21.
• Deus será sua eterna luz: Is 60, 18-19.
• Todos os que se juntarem contra Ela cairão, e a nação que a não queira servir perecerá: Is 60, 12-15-17.
• A Igreja é sempre uma: Ct 6, 9; Jo 10, 16; Ef 2, 23; Mq 4, 12; Mt 5, 14.
• Estende-se por toda a parte e ensina um grande número de nações: Sl 2, 8; 21, 28; Is 49, 6; 54, 1-3; Dn 2, 35-44; Ml 1, 11s.
• A Igreja é infalível em matéria de fé, é uma conseqüência das promessas divinas que lhe têm sido feitas; vide em particular: Mt 16, 18; 28, 19-20; Jo 14, 16-17-26; 16, 13; 1Tm 3, 14-15; Is 35, 8; 54, 9-10;


Imagens

• Recomendadas por Deus: Ex 25, 18s; Nm 21, 8-9.
• Colocada dos dois lados do propiciatório no Tabernáculo: Ex 37, 7.
• E no templo de Salomão: 2Cr 3, 10-11; 3Rs 6, 23.
• E isto por um mandamento divino: 1Cr 28, 18.
• Veneração relativa às imagens de Jesus Cristo e dos Santos autorizada: Hb 11, 21; vide também: 2Rs 6, 12-16; 2Cr 5, 2s; Sl 98, 5; Fl 2, 10.


Indulgências

• Poder de as conceder Mt 16, 18-19.
• Uso deste poder: 2Cor 2, 6-8-10.


Inferno

• Eternidade das penas: Mt 3, 12; 25, 41-46; Mc 9, 43-46-48; Lc 3, 17; 2Ts 1, 7-9; Jd 6-7; Ap 14, 10-11; 20, 10; vide igualmente: Is 33, 14.


Jejum

• É recomendado na Escritura: Jl 2, 12.
• Praticado pelos servos de Deus: Esd 8, 23; 2Esd 1, 4; Dn 10, 3-7-12s.
• Leva Deus a usar de misericórdia: Jn 3, 5s.
• É de grande eficácia contra demônio: Mc 9, 28.
• Deve ser observado por todos os filhos de Jesus Cristo: Mt 9, 15; Mc 2, 10; Lc 5, 35; vide também: At 13, 3; 14, 22; 2Cor 6, 5; 11, 27.
• Jejum de Jesus de quarenta dias: Mt 4, 2.


Livre arbítrio

• Gn 7; Dt 30, 19; Eclo 15, 14.
• Resiste freqüentemente à graça de Deus: Pr 1, 24s; Is 5, 4; Ez 18, 23-31-32; 33, 11; Mt 23, 37; Lc 13, 34; At 7, 51; Hb 12, 15; 2Pd 3, 9; Ap 20, 4.


Matrimônio

• Sacramento representando a união de Jesus Cristo e da Igreja: Ef 5, 32; vide igualmente: 1Ts 4, 3-5.
• O casamento não deve ser dissolvido senão por morte: Gn 2, 21; Mt 19, 6; Mc 10, 11-12; Lc 16, 18; Rm 7, 2-3; 1Cor 7, 10-11-39.


Missa

• O sacrifício da Missa figurado antecipadamente: Gn 19, 18.
• Predito: Ml 1, 10-11.
• Instituído e celebrado pelo próprio Jesus Cristo: Lc 22, 19-20.
• Atestado: 1Cor 10, 16-18-21; Hb 13, 10.


Mulheres

• Não devem pregar nem ensinar: 1Cor 14, 34-35-37; 1Tm 2, 11-12.


Obras (boas)

• As boas obras meritórias: Gn 4, 7; Sl 17, 21-23-24; 18, 8-11; Mt 5, 11-12; 10, 42; 16, 27; 1Cor 3, 8; 2Tm 4, 8.


Orações

• Pelos defuntos: 2Mc 12, 43s.


Ordens (Sacras)

• Foram instituídas por Jesus Cristo: Lc 22, 19; Jo 20, 22-23.
• Conferidas pela imposição de mãos: At 6, 6; 13, 3; 14, 22.
• Dão graças: 1Tm 4, 14; 2Tm 1, 6.


Papa ou Bispo

• Chefe dos outros bispos; São Pedro foi elevado a esta dignidade pelo próprio Jesus Cristo: Mt 16, 18-19; Lc 22, 31-32; Jo 21, 15-17s; vide igualmente: Mt 10, 2; At 5, 29; Gl 2, 7-8.


Pecado original

• Jó 14, 4; Sl 50, 7; Rm 5, 12-15-19; 1Cor 15, 21-22; Ef 2, 3.


Purgatório

• Purgatório ou estado médio das almas, sofrendo por certo tempo em expiação de seus pecados; é provado por numerosos textos da Escritura que afirmam que Deus pagará a cada um segundo as suas obras, de tal sorte que aqueles que morrem estando culpados mesmo das menores faltas, não escapam do castigo. Quanto a isso vide também: Mt 12, 32; Ap 21, 27; assim como: Mt 5, 25-26; 1Cor 3, 13-15; 1Pd 3, 18-20; 2Mc 12, 45.


Relíquias Milagrosas

• 4Rs 13, 4-20-21; Mt 9, 21-29; At 9, 11-12.


Santos

• Os Santos deixaram este mundo, socorrem-nos por suas orações: Lc 16, 9; 1Cor 12, 2; Ap 5, 8.
• Estamos em comunhão com eles: Hb 12, 22-23.
• Têm um poder sobre as nações: Ap 2, 26-27; 5, 10.
• Sabe o que se passa entre nós: Lc 15, 10; 1Cor 13, 12; 1Jo 3, 2.
• Estão, pois, com Cristo no céu antes da ressurreição geral: 2Cor 5, 1-6-8; Fl 1, 23-24; Ap 4, 4; 6, 9; 7, 9-15s; 14, 1-3-4; 19, 1-4-6; 20, 4.
• Quanto à sua invocação convém consultar os textos citados a respeito dos anjos, ou os que, mostrando o grande poder que têm para com Deus as orações dos seus servos, nos autorizam por isto mesmo a implorar suas orações; para isso vide: Ex 31, 11-14.


Tradições Apostólicas

• 1Cor 11, 2; 2Ts 2, 5-14; 3, 6; 2Tm 1, 13; 2, 2; 3, 14; vide também: Dt 32, 7; Sl 19, 5-7.


Virgem Maria (a Bem-Aventurada)

• Sua dignidade: Lc 1, 28-42-43.
• Todas as gerações dos verdadeiros cristãos a chamarão bem-aventurada: Lc 1, 48.
• Quanto aos direitos que tem de ser venerada e invocada vide o que está dito a respeito dos anjos e santos.