sábado, 31 de outubro de 2009

A Igreja popular não é nossa Igreja Católica

A igreja popular que nos é proposta como uma nova alternativa de vida eclesial, simplesmente, já não é nossa Igreja Católica. Não tem nada daquilo que o Concílio Vaticano II descrevia como ‘’o mistério da Igreja’’, esta realidade divina transcendente e salvífica visivelmente presente entre os homens, ‘’a um tempo, humana e divina, visível mas ornada de dons invisíveis, operosa na ação e devotada à contemplação, presente no mundo e no entanto peregrina; e tudo isso de maneira que nela o humano se ordene ao divino e a ele se subordine, o visível ao invisível, a ação à contemplação e o presente à cidade futura que buscamos’’ (SC 2); esta realidade complexa divino-humana, na qual a parte humana, terrestre, visível, jurídica, hierárquica, social ou institucional é o orgão ou instrumento do qual se serve o Espírito de Cristo para santificar e salvar ou libertar os homens (LG 18a). Mas entendendo por salvar ou liberta ‘’não uma salvação imanente ao mundo, limitada às necessidades materiais ou mesmo espirituais, e que se exaurisse no âmbito da existência temporal e se identificasse, em última analise, com as aspirações, com as esperanças, com as diligências e com os combates temporais; mas sim uma salvação que ultrapassa todos estes limites, para vir a ter a sua plena realização numa comunhão com o único Absoluto, que é o de Deus: salvação transcendente e escatológica, que já tem certamente o seu começo nesta vida, mas que terá realização completa na eternidade’’ (Evangelii Nutiandi nº 27)

Nada disto, que é a natureza mesma do Corpo Místico de Cristo e constitui sua grandeza e é ao mesmo tempo a razão de ser de nosso amor á Igreja e de nossa entrega a ela e à sua missão, se encontra no conceito de igreja popular que agora nos querem apresentar como a nova eclesiologia. Os bispos chilenos que foram os primeiros que mais de perto experimentaram a irrupção deste insólito modo de conceber a Igreja, concluíram em seu documento de 16 de outubro de 1973 sobre Fé Cristã e Atuação Política, nº 74: ‘’Não é estranho que, sobre esta base se desvirtue a natureza da Igreja e sua institucionalidade essencial. Por este caminho somos conduzidos a uma ‘igreja nova’ sem dimensão sobrenatural, sem sacramentos, sem ministério hierárquico. Nós não podemos reconhecer nesta figura uma simples ‘renovação’ da Igreja perene, mas pura e simplesmente uma instituição diferente, com outra origem, outros fins e meios: uma nova seita. E na realidade os comportamentos de ordem prática deste grupo se aproximam perigosamente e cada vez mais a este caráter de seita’’.

Não há dúvidas que a Igreja de Cristo é e deve ser ‘’popular’’ ou ‘’do povo e para o povo’’, que ela é, como o proclamou uma vez mais o Concílio Vaticano II, o Povo de Deus da Nova Aliança. Entretanto, este Concílio entendia por ‘’povo’’ não exclusivamente os pobres-oprimidos-conscientizados, mas ‘’todos os homens em geral’’ (LG 13d): ‘’Todos os homens são chamados a formar parte do novo povo de Deus’’ (LG 13a). Contudo, ainda que todos os homens sejam chamados a esta unidade Católica do Povo de Deus, de fato nem todos fazem parte desde Povo. [...]

O Vaticano II conhece, pois, também um sentido mais estrito de ‘’povo’’ de Deus ou dos que estão incorporados ‘’plenamente’’ à Igreja de Jesus Cristo: são todos aqueles que ‘’tendo o Espírito de Cristo, aceitam a totalidade de suas organização (estruturas, institucionalidade) e todos os meios de salvação nela instituídos, e na sua estrutura visível regida por Cristo através do Sumo Pontífice e dos bispos que se unem a Ele pelos vínculos da profissão de fé, dos sacramentos, do regime e da comunhão eclesiástica’’ (LG 14b). Como se vê, nesta noção de povo, que é certamente restritiva e não abrange todos os homens, não entram considerações do tipo sociológicos que distingue entre probres e ricos, governados e governanter, etc. Uns e outros, sem nenhuma distinção de classe social, contanto que tenham as condições indicadas, são ‘’povo’’ e pertencem plenamente ao Povo de Deus da Nova Aliança. É evidente que os verdadeiros ‘’opressores’’ que são injustos, não as têm: ‘’ Não se salva contudo, embora incorporados à Igreja, aquele que, não perseverando na caridade permanece no seio da Igreja com o corpo, mas não com o coração’’ (LG 14b)

Esta é a verdadeira Igreja Popular.

Sem admitir a simplista identificação do ‘’povo’’ com o ‘’pobre’’ e entendendo a expressão Povo de Deus como se propõe o Concílio Vaticano II ( é um gravissimo erros de perspectiva, totalmente contrário ao Concílio, identificar o Povo de Deus com os leigos), seria também perfeitamente correto afirmar que o Povo de Deus é o portador do Evangelho, o sujeito da Igreja, com outros privilégios ou prerrogativas mais, mas sem nunca esquecer que esta Igreja de Cristo é uma comunidade sacerdotal e profética ‘’organicamente estruturada’’ (LG 11a), na qual não todos têm as mesmas funções, tarefas, responsabilidades, capacidades e competências: há diversidade de carismas, de ministérios e de modos de ação (cf. 1Co 12,4-6). Nem tudo é conferido pelo Sacramento do Batismo: e nem todos receberam o Sacramento da Ordem.

(D. Boaventura Kloppenburg – Igreja Popular, pág.77)

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Grandes Bispos Brasileiros: D. Romualdo Antônio de Seixas



Dom Romualdo Antônio de Seixas nasceu em Cametá, em 1 de novembro de 1787. Foi o 16º Arcebispo da Bahia, conde e marquês de Santa Cruz.

Filho de Francisco Justiniano de Seixas e de Ângela de Sousa Bittencourt, e sobrinho de Dom Romualdo de Sousa Coelho, oitavo bispo do Pará. Finalizou os estudos eclesiásticos em Lisboa.

Com a chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil, em 1808, o bispo do Pará, Dom Manuel enviou o Padre Manuel Evaristo de Brito Mendes e o diácono Romualdo de Seixas cumprimentar El Rei em nome do clero paraense. Manuel e Romualdo voltaram a Belém com a nomeação de cônegos da Sé Paraense e Cavaleiros da Real Ordem de Cristo.

Romualdo de Seixas foi ordenado presbítero em Belém, a 1 de novembro de 1810, por Dom Manuel de Almeida de Carvalho. Foi nomeado pároco de Cametá e posteriormente Vigário Capitular.

O cônego Romualdo de Seixas presidiu a Junta Governativa Provisória da província do Grão-Pará e Rio Negro de 1821 a 1822 e em 1823.

O Imperador do Brasil, D. Pedro I, por decreto de 12 de outubro de 1826 o nomeou 16º Arcebispo da Bahia. O Papa Leão XII confirma a nomeação a 30 de maio de 1827.

O Cônego Romualdo foi ordenado bispo a 28 de outubro de 1827, pelo Bispo Capelão-Mor Dom José Caetano da Silva Coutinho, bispo do Rio de Janeiro.

Recebeu o pálio arquiepiscopal a 4 de novembro de 1827. Em 31 de janeiro de 1828 tomou posse por procuração e fez sua entrada solene na catedral de Salvador a 26 de novembro de 1828.

Foi deputado pelo Pará e pela Bahia, tendo presidido a Câmara em 1828 e 1829. Recebeu de Pedro I o título de pregador da Capela Imperial e a grande dignitária da Imperial Ordem da Rosa e de Pedro II a grã-cruz da Imperial Ordem de Cristo.

Em 1841 presidiu a solenidade de sagração de D. Pedro II, Imperador do Brasil, e dele recebeu a Grã-Cruz da Real Ordem de Cristo. Recebeu o título de Conde de Santa Cruz, por decreto imperial de 2 de dezembro de 1858. Em 14 de março de 1860 foi nomeado Marquês de Santa Cruz.

Foi sócio da Academia de Munique, do Instituto da África em Paris; do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Sociedade Real dos Antiquários do Norte e outras sociedades de ciências e letras.

Correspondeu-se com Martius e Spix após manter contato pessoal quando da viagem destes à Amazônia. Ao regressarem à Europa, os naturalistas lhe enviaram de lá o diploma de sócio da Real Academia das Ciências de Munique.

Faleceu em 29 de novembro de 1960, em Salvador.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Ainda no ''espírito do DNJ'', mais um texto de S João Bosco sobre a juventude

Do respeito que devemos ter ás igrejas e aos ministros sagrados

Á obediência e ao respeito aos superiores deve andar unido o respeito ás igrejas e a todas as coisas da religião.Somos cristãos; por isso devemos venerar tudo o que se relaciona com este estado de cristãos e especialmente a igreja, que é chamada templo de Deus, lugar de santidade, casa de oração.Tudo o que pedirmos a Deus na igreja, alcançaremos: Omnis enim qui petit áccipit.Ah! meus caros filhos, quanto sois agradáveis a Jesus Cristo e que belo exemplo dais aos outros, estando na igreja com devoção e recolhimento! Quando São Luis ia à igreja, corria a gente para vê-lo e todos ficavam edificados pela sua modéstia e pelo seu porte.Quando entrardes em uma igreja, evitai correr e fazer ruído; mas, tomando água benta e depois de fazer a devida reverência ao altar, ide ao lugar que vos está marcado e ajoelhando adorai a Santíssima Trindade, rezando três glórias ao Pai.

Se ainda não for hora de começarem as funções religiosas, podeis rezar as setes alegrias de Nossa Senhora ou fazer algum outro exercício de piedade.Evitai com o maior cuidado ri na igreja ou falar sem necessidade.É suficiente uma palavra ou um sorriso para dar mau exemplo e incomodar os que assistem ás sagradas funções.Santo Estanislau kostka estava na igreja com tanta devoção, que muitas vezes não ouvia quem o chamava, nem percebia os empuxes com os quais os seus criados o advertiam que já era tempo de voltar para casa.

Recomendo-vos sumo respeito aos sacerdotes e aos religiosos.Por isso recebei com veneração os avisos que vos derem; tirai o chapéu em sinal de respeito, quando falais com eles ou quando os encontrardes na rua.Deus vos livre de que chegueis a desprezá-los com atos ou com palavras.Tendo alguns menino escarnecido do profeta Eliseu dando-lhe apelidos, o Senhor os castigou fazendo sair de uma floresta dois ursos, que, atirando-se a eles, mataram quarenta e dois.Quem não respeita os ministros sagrados deve recear um grande castigo de Nosso Senhor.Sempre que se falar deles, imitai o jovem Luis Comolo, o qual costumava dizer: Dos ministros sagrados ou falar bem ou calar absolutamente.

Por último, quero adverti-los que não deveis envergonhar-vos de ser cristãos também fora da igreja!Por isso, quando passardes de ante das igrejas ou de alguma imagem de Maria ou dos outros Santos, não deixeis de tirar o chapéu em sinal de veneração.Desta arte mostrarvos- eis verdadeiros cristãos e Deus vos encherá de bênçãos por causa do bom exemplo que dais ao próximo.



Fontes: S. João Bosco - O Jovem Instruído na Prática de Seus Deveres Religiosos

domingo, 25 de outubro de 2009

S. João Bosco: A salvação da alma depende geralmente do tempo da juventude

Dois são os lugares que nos estão reservados na outra vida: para os maus, o inferno, onde se sofre todos os tormentos; para os bons, o Paraíso, onde se goza todos os bens.Mas o Senhor vos diz claramente que se vós começardes a ser bons no tempo da juventude, sereis igualmente no resto da vida, a qual será coroada com uma eternidade de glória. Pelo contrário, se começardes a viver mal no tempo da juventude, muito facilmente continuareis assim até a morte, e isto vos conduzirá inevitavelmente ao inferno.

Por isso, quando virdes homens de idade avançada entregues ao vício da embriaguez, do jogo, da blasfêmia, podereis quase sempre dizer que tais vícios começaram na juventude: Adoléscens juxta viam suam, etiam cum senúerit, non recédet ab ea.Ah! filhos querido, diz Deus, recorda-te do teu criador no tempo de tua juventude.Em outro lugar declara feliz o homem que desde a sua adolescência tenha levado o jugo dos mandamentos: Bonum est viro, cum poratáverit jugum ab adolescéntia sua.

Esta verdade foi bem conhecida pelos santos, especialmente por santa Rosa de Lima e por são Luis Gonzaga, os quais, tendo começado a servir fervorosamente a Nosso Senhor desde a mais tenra idade, quando adultos só achavam gosto nas coisas de Deus e assim se tornaram grandes santos.O mesmo se diga do filho de Tobias que, desde o início de sua juventude, foi sempre obediente e submisso aos seus pais:Este morreram e ele continuou a viver virtuosamente até a morte.

Mas dirão alguns: se começamos agora a servir a Deus, tornaremos tristonhos.Respondo-vos que isso não é verdade.Andarás triste quem serve ao demônio, pois que, por mais que se esforce para estar alegre, terá sempre o coração a lhe segredar entre lágrimas: És infeliz, porque és inimigo do teu Deus.Quem mais afável e jovial que

São Luis Gonzaga?Quem mais alegre e gracioso do que São Felipe Néri e São Vicente de Paulo?E contudo, a vida deles foi um contínuo exercício de todas as virtudes.

Animo pois, meus caros filhos; dedicai-vos em tempo á virtude e eu vos garanto que tereis sempre o coração alegre e contente e experimentareis quanto é doce e agradável o serviço do Senhor.



Fonte: S. João Bosco - O Jovem Instruído na Prática de Seus Deveres Religiosos

sábado, 24 de outubro de 2009

Grandes Bispos Brasileiros: D. Antônio de Macedo Costa



Dom Antônio de Macedo Costa nasceu em Engenho Nossa Senhora do Rosário de Copioba, Maragogipe, em 7 de agosto de 1830.

Seus pais foram José Joaquim de Macedo Costa e Joaquina de Queirós Macedo.

Ingressou no seminário da Bahia no dia 31 de dezembro de 1848. Fez os seus estudos eclesiásticos na França, no período de 1852 a 1854 no Seminário de Saint Celestin, em Bourges; e de 1854 a 1857 no Seminário de São Sulpício, em Paris. Ordenou-se presbítero no dia 19 de dezembro de 1857, aos 27 anos, em Paris, pelas mãos do Cardeal Arcebispo de Paris, François Nicholas Madeleine Morlot (1795-1862).

Doutorou-se em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, no dia 28 de junho de 1859.

Indicado para o episcopado pelo paraense Dom Romualdo de Seixas, Arcebispo de Salvador, o seu nome é apresentado pelo Imperador do Brasil Dom Pedro II à Santa Sé no dia 23 de março de 1860.

No dia 20 de dezembro de 1860 o Papa Pio IX confirma a nomeação do Padre Dr. Antônio de Macedo Costa como 10º Bispo do Pará.

Dom Macedo Costa foi ordenado bispo no dia 21 de abril de 1861, pelas mãos do Internúncio Apostólico no Brasil, Dom Mariano Falcinelli Antoniacci, OSB, (1806-1874).

Dom Antônio toma a posse no bispado por procuração no dia 23 de maio de 1861; chega a Belém no dia 24 de julho. Sua entrada solene na catedral deu-se a 10 de agosto. Faz publicar no mesmo dia de sua entrada sua primeira Carta Pastoral, com data de 1º de agosto.

Durante seu governo episcopal ocorre a chamada “Questão religiosa”. No dia 28 de abril de 1874 Dom Macedo Costa foi preso e condenado a quatro anos de prisão com trabalhos forçados por crime de sedição, com ele estava Dom Vital Maria Gonçalves de Oliveira, bispo de Olinda e Recife.

No dia 26 de junho de 1890 Dom Antônio é transferido para a Arquidiocese de São Salvador da Bahia. Faleceu em Barbacena, Minas Gerais, no dia 20 de março de 1891, antes de ocupar o sólio primacial.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Grandes Bispos Brasileiros: D. Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti



Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, foi o décimo bispo nomeado de Goiás, décimo bispo de São Paulo; o décimo terceiro bispo e segundo arcebispo do Rio de Janeiro e o primeiro sacerdote brasileiro e latino americano a ser elevado ao título e dignidade de cardeal.

Nasceu em Arcoverde-Brasil, estado de Pernambuco, em 17 de janeiro de 1850. Era filho de Antônio Francisco de Albuquerque Cavalcanti e de Marcelina Dorotéia de Albuquerque Cavalcanti.

Com treze anos, entrou para o Seminário Menor, em Cajazeiras, na Paraíba. Aos 16 anos, em 1866, seguiu para Roma, onde cursou Ciências e Letras, Filosofia e Teologia, tendo concluído seus estudos no Pontifício Colégio Pio Latino Americano.

Foi ordenado sacerdote a 4 de abril de 1874, na Arquibasílica de São João Latrão. Por dois anos permaneceu estudando em Paris, regressando ao Brasil, em 1876, quando o bispo de Olinda, Dom Vital Maria Gonçalves de Oliveira, o incumbiu de estrutura o Seminário, no qual foi professor de Filosofia e reitor. Foi também pároco nos bairros recifenses da Boa Vista e Corpo Santo, e em Cimbres. Foi professor de francês no Recife e diretor do Colégio Pernambucano. Em 1888, Dom Pedro II o indicou para bispo auxiliar da Bahia, nomeação que não aceitou.
No dia 26 de junho de 1890, aos 40 anos, em virtude do regime do padroado, foi indicado, bispo de Goiás, o que foi confirmado pelo Papa Leão XIII.

Foi sagrado bispo, em Roma, no dia 26 de outubro de 1890, pelas mãos de S. Ema. Revma. Mariano Cardeal Rampolla del Tindaro, secretário de Estado da Santa Sé, sendo consagrantes: S. Ema. Revma: Domenico Cardeal Ferrata, secretário da extinta Congregação de Negócios Eclesiásticos Extraordinários; e Dom Antônio de Macedo Costa, então Arcebispo de Arquidiocese de São Salvador da Bahia. Renunciou ao cargo, no dia seguinte à sua sagração.

Transferiu-se para Itu, em São Paulo, onde passou a lecionar no Colégio São Luís, de propriedade dos jesuítas, que haviam voltado ao Brasil.

Em 26 de agosto de 1892, foi designado bispo auxiliar de Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho, arcebispo de São Paulo, que se encontrava doente. Recebeu a sede titular de Argos. Nesta função, foi incumbido de ir pessoalmente à Europa para contatar as congregações religiosas que deveriam vir ao Brasil para ações missionárias e de educação, quais foram: redentoristas, lazaristas e premonstratenses. Aos últimos foi confiado o Santuário de Bom Jesus e o Seminário do clero secular, na cidade paulista de Pirapora do Bom Jesus. Em 19 de agosto de 1894, estando em Paris, recebe a notícia do falecimento de Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho, e também é nomeado seu sucessor. A 30 de setembro do mesmo ano toma posse como décimo bispo de São Paulo.

A 24 de agosto de 1897, é elevado, pelo Papa Leão XIII, a arcebispo metropolitano do Rio de Janeiro, tomando posse a 31 de agosto de 1897.

No Consistório do dia 11 de dezembro de 1905, presidido pelo Papa São Pio X, na Basílica de São Pedro, o criou Cardeal presbítero, do título de São Bonifácio e Santo Aleixo. Tornou-se , pois, o primeiro cardeal do Brasil e da América Latina.

Mesmo tendo sido curto o período em que exerceu o episcopado em São Paulo, o Cardeal Arcoverde teve importante atuação no sentido de superar os atritos com o novo regime republicano, principalmente no que se referia à extinção do ensino religioso nas escolas públicas. Foi ele quem fundou a Federação das Associações Católicas. Durante o seu governo foram iniciadas a construção de diversas igrejas tradicionais de São Paulo, como a de Bom Jesus, no bairro do Brás. Também foi ele que criou a tradicional Paróquia de Santa Cecília, nomeando seu primeiro pároco o Padre Duarte Leopoldo e Silva, futuro primeiro arcebispo de São Paulo.

Faleceu 18 de abril de 1930 aos oitenta anos, no Rio de Janeiro, como seu arcebispo, estando sepultado na catedral daquela cidade.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Grandes Bispos Brasileiros: D. Antônio Ferreira Viçoso



Dom Antônio Vicente Ferreira Viçoso CM, nasceu em Peniche(Portugal) em 13 de maio de 1787, foi um religioso lazarista, oitavo bispo da arquidiocese de Mariana e escritor, tendo sido autor de diversas obras de caráter religioso, dentre as quais O romano.

Filho de Jacinto Ferreira Viçoso, conhecido como O Manso, e de Maria Gertrudes; neto paterno de Francisco Ferreira Viçoso e de Joana Maria e, materno, de Luís dos Remédios e de Joana Francisca. Ingressou no noviciado da Congregação da Missão, em Lisboa, no dia 25 de julho de 1811, onde foi ordenado padre no dia 7 de março de 1818, aos trinta anos.

Ensinou filosofia no seminário de Évora. Vindo de Portugal para fundar missões na província de Mato Grosso, juntamente com o padre Leandro Rebelo Peixoto e Castro, com quem fundou a primeira província lazarista brasileira, acabou por se tornar diretor do colégio de Caracas, em Minas Gerais, e mais tarde do de Jacuecanga, no Rio de Janeiro e do de Campo Belo.

Antônio Ferreira Viçoso foi indicado, no regime do padroado, por D. Pedro II para ser bispo de Mariana no dia 12 de janeiro de 1844, aos 57 anos. Foi ordenado bispo no dia 5 de maio de 1844, pelas mãos de Dom Manuel do Monte Rodrigues de Araújo, Dom Pedro de Santa Mariana e Sousa, OCD e de Dom José Afonso de Morais Torres.

Reformou o seminário de Mariana, fundado em 1750, aplicando as normas do Concílio de Trento para a formação do clero. Confiou sua direção aos seus confrades da Congregação da Missão.

Durante seu governo, circulou o periódico Selecta Catholica (1846 – 1847), publicado por um grupo de religiosos ligados a Dom Antônio.

D. Pedro II conferiu-lhe no dia 7 de março de 1868 o título de conde de Conceição. Conselheiro imperial, recebeu ainda a comenda da Imperial Ordem de Cristo e o grau de oficial da Imperial Ordem da Rosa.

Faleceu no dia 5 de agosto de 1875. Em 1985, realizou-se o processo ordinário diocesano para a causa de sua beatificação e canonização. Em 1986, foi-lhe atribuído o título de Servo de Deus.


*Apesar de não ter nascido no Brasil, exerceu grande apostolado no Brasil, por isso achei por bem incluí-lo na sessão sobre Bispos Brasileiros.

domingo, 18 de outubro de 2009

Convite ao Rosário - Papa Leão XIII

1. Ao aproximar-se o mês de Outubro, já agora consagrado à beatíssima Virgem, é para Nós coisa sumamente grata relembrar as solícitas recomendações que, nos anos precedentes, vos dirigimos, ó Veneráveis Irmãos, a fim de que em toda parte os fiéis, impelidos pelo vosso zelo autorizado, se volvessem, com reavivada piedade, para a grande Mãe de Deus, para a poderosa auxiliadora do povo cristão; a ela recorrendo suplicantes, durante o mês inteiro, com o rito do santo Rosário: Rosário que a Igreja habitualmente usou e divulgou, sobretudo nos tempos mais tempestuosos; e sempre com o desejado êxito.

2. Temos a peito manifestar-vos, também este ano, o mesmo desejo, e renovar-vos a mesma exortação. Impele-nos a isto urgentemente, e a isso nos estimula, o Nosso amor à Igreja, cujas angústias, antes que se aligeirarem, crescem cada dia mais em número e em aspereza.

Males que afligem a Igreja

3. A todos são conhecidos os males que Nós deploramos: a luta desapiedada contra os sagrados e intangíveis dogmas, que a Igreja guarda e transmite; a zombaria da integridade da virtude cristã, que a Igreja defende; a trama de calúnias de mil modos urdidas; o ódio fomentado contra a sagrada ordem dos bispos, e principalmente contra o Romano Pontífice; os ataques dirigidos, com a mais impudente audácia e a criminosa impiedade, contra a própria divindade de Cristo, no intuito de extirpar pelas raízes e de destruir a obra divina da Redenção, que força alguma poderá jamais destruir nem cancelar.

4. Estes ataques não são, certamente, uma novidade para a Igreja militante. Porquanto, depois do aviso dado por Cristo aos Apóstolos, ela sabe que, para instruir os homens no caminho da verdade e guiá-los à salvação eterna, ela deve todo dia descer a campo e travar combate. E, na realidade, nos séculos ela sempre lutou intrepidamente até ao martírio, considerando como sua precípua alegria e glória o poder unir o seu sangue ao do seu Fundador: no qual está depositada a segura esperança da prometida vitória.

5. Por outra parte, entretanto, não podemos ocultar nos o profundo senso de tristeza que penetra os melhores, ante esta contínua tensão de batalha. De fato, é motivo de imensa tristeza ver o grande número dos que, pela perversidade dos erros e por esta insolente atitude contra Deus, são arrastados para longe e impelidos para o abismo; o grande número dos que, pondo num mesmo plano todas as formas de religião, pode-se dizer que já estão na iminência de abandonar a fé divina; o número notável dos que são cristãos só de nome, e não cumprem os deveres da sua fé.

E ainda mais nos aflige e nos atormenta o ânimo o considerarmos que a causa principal de tais ruinosos tais ruinosos e deploráveis males está na exclusão completa da Igreja das ordenações sociais, enquanto de propósito se hostiliza a sua salutar influencia. E nisto é de reconhecer um grande e merecido castigo de Deus, o qual cega miseravelmente as nações que se afastam d’Ele.

A necessidade da oração

6. Este estado de coisas mostra, com evidência sempre maior, o quanto é necessário que os católicos orem e supliquem a Deus com fervor e perseverança "sem nunca cessar" (1Tim 5, 17); e não somente em particular, porém ainda mais em público. Reunidos nos sagrados templos, conjurem Deus a se dignar, na sua infinita bondade, de livrar a sua Igreja "dos homens insolentes e malvados" (2 Tim 3, 2), e a reconduzir os povos ao caminho da salvação e da razão, na luz e no amor de Cristo.

7. Espetáculo incrível e maravilhoso! Enquanto o mundo percorre o seu caminho tormentoso, fiado nas suas riquezas, na sua força, nas suas armas e no seu engenho, a Igreja, com passo veloz e seguro, atravessa os séculos, depositando a sua confiança somente em Deus, a quem, de dia e de noite, ergue o olhar e estende as mãos súplices. Porque, embora na sua prudência não desdenhe os socorros humanos que, pela bondade divina, os tempos lhe oferecem, todavia não é nestes meios que ela deposita a sua principal esperança; mas sim na oração, coletiva e insistente, elevada ao seu Deus. Nesta fonte ela alimenta e fortifica a sua vida; porque, elevando-se, mediante a oração assídua, acima das vicissitudes humanas, e mantendo-se constantemente unida a Deus, é-lhe dado viver, plácida e tranqüila, da própria vida de Cristo. E nisto ela é fiel imagem de Cristo, a quem o horror dos tormentos, sofridos pelo nosso bem, nada diminuiu nem tirou da beatíssima luz e da felicidade que lhe são próprias.


*Da Encíclia Octobri Mense

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

São Pedro de Alcântara, Padroeiro do Brasil




Dados biográficos

Frei Pedro nasceu em Alcântara (Cáceres, Espanha) em 1499, portanto, neste ano estamos comemorando 410 anos de seu nascimento. Filho de Alonso Garabito e de Maria Vilela, recebeu no batismo o nome de Juan de Sanabria. Depois de três anos de estudos em Salamanca (1511-1515), entrou na Ordem Franciscana, na Custódia do Santo Evangelho (1516), que mais tarde, em 1520, se converteria em Província de São Gabriel. Em Majarretes (Badajoz), lugar de seu noviciado, nasceu um novo homem: Juan de Sanabria se transformou em Pedro de Alcântara.

Pouco depois, em 1519, um pouco antes de ser ordenado sacerdote, foi enviado como superior para fundar o Convento de Badajoz. Completados os estudos de filosofia, teologia, direito canônico, moral e homilética, conforme as determinações da época, foi ordenado sacerdote em 1524. Tornou-se superior em Robledillo, depois em Placencia e novamente em Badajoz, até que em 1532 obteve permissão para recolher-se a uma vida mais contemplativa no convento de Santo Onofre da Lapa. Em 1538 foi eleito Ministro Provincial da Província de São Gabriel.

Durante o período em que foi ministro provincial redigiu para seus religiosos estatutos muito severos, aprovados no Capítulo de Placencia, em 1540. Mas o começo de sua reforma teve lugar em 1544 quando, com o consentimento de Julio III, retirou-se para a pequena igreja de Santa Cruz de Cebollas, próximo de Coira. Em 1555 construiu o célebre convento de Pedroso, seguido de outros. A partir deste momento, a reforma prosperou amplamente e, em 8 de maio de 1559, obteve a aprovação de Paulo IV, que permitiu sua difusão também no exterior.

Pedro de Alcântara, com sua reforma, queria trazer de volta a Ordem Franciscana à genuína observância da Regra. Mediante a suma pobreza, a rígida penitência e um sublime espírito de oração alcançou os mais altos graus de contemplação e pode atrair numerosos franciscanos por aquele caminho de reforma que se propunha fazer reviver em seu século o franciscanismo dos primeiros tempos.

Foi confessor e diretor espiritual de Santa Teresa de Ávila e ajudou na reforma da Ordem Carmelita. Santa Teresa escreveu sobre ele: “Modelo de virtudes era Frei Pedro de Alcântara! O mundo de hoje já não é capaz de uma tal perfeição. Este homem santo é de nosso tempo, mas seu fervor é forte como de outros tempos. Tem o mundo a seus pés. Que valor deu o Senhor a este santo para fazer durante 47 anos tão rígida penitência!”.

Depois de uma grande atividade eremítica e apostólica, morreu em Arenas de San Pedro (Ávila), no dia 18 de outubro de 1562, aos 63 anos. Em 1622 foi beatificado por Gregório XV e, em 1669, foi canonizado por Clemente IX.

Padroeiro do Brasil

Logo após a Independência, Dom Pedro I entendeu que o Brasil precisava ter um santo padroeiro oficialmente autorizado pelo Papa, embora ele, Dom Pedro I, já tivesse feito a consagração do Brasil a Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida do Norte, em sua vinda de São Paulo para o Rio, logo após o 7 de Setembro. Assim, solicitou ao Papa que fizesse de São Pedro de Alcântara o Padroeiro do Brasil, tendo o Papa concordado.

Com a proclamação da República, São Pedro de Alcântara foi discretamente esquecido, provavelmente porque seu nome lembrava o dos imperadores e, além disso, mostrava o quanto havia de positiva ligação entre o Império e a religião. Porém, seu nome ainda continuou, por muito anos a ser lembrado nos missais mais tradicionais. E foi num destes missais, mais tradicionais, que se encontra a oração transcrita a seguir, a São Pedro de Alcântara, Padroeiro do Brasil, conforme consta no índice do missal citado ("Adoremus - Manual de Orações e Exercícios Piedosos" - Por Dom Frei Eduardo, O.F.M. - XX Edição Bahia - Tipografia de São Francisco - 1942).

Oração a São Pedro de Alcântara, Padroeiro do Brasil

Ó grande amante da Cruz e servo fiel do divino Crucificado, São Pedro de Alcântara; à vossa poderosa proteção foi confiada a nossa querida Pátria brasileira com todos os seus habitantes. Como Varão de admirável penitência e altíssima contemplação, alcançai aos vossos devotos estes dons tão necessários à salvação. Livrai o Brasil dos flagelos da peste, fome e guerra e de todo mal. Restituí à Terra de Santa Cruz a união da fé e o verdadeiro fervor nas práticas da religião.

De modo particular, vos recomendamos, excelso Padroeiro do Brasil, aqueles que nos foram dados por guias e mestres: os padres e religiosos. Implorai numerosas e boas vocações para o nosso país. Inspirai aos pais de família uma santa reverência a fim de educarem os filhos no temor de Deus não se negando a dar ao altar o filho que Nosso Senhor escolher para seu sagrado ministério.

Assisti, ó grande reformador da vida religiosa, aos sacerdotes e missionários nos múltiplos perigos de que esta vida está repleta. Conseguí-lhes a graça da perseverança na sublime vocação e na árdua tarefa que por vontade divina assumiram.

Lá dos céus onde triunfais, abençoai aos milhares de vossos protegidos e fazei-no um dia cantar convosco a glória de Deus na bem-aventurança eterna. Assim seja!

*Fonte: franciscanos.org.br

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Coroa Franciscana



A Coroa das Sete Alegrias de Nossa Senhora, chamada também de Coroa Seráfica ou Rosário Franciscano, compõe-se de sete mistérios, com um Pai-nosso, dez Ave-Marias e um Glória ao Pai, em honra das sete alegrias de Nossa Senhora, consubstanciadas nos seguintes principais mistérios:

1. Encarnação do Verbo divino;
2. Visitação da Mãe de Deus à sua prima santa Isabel;
3. Nascimento de Jesus;
4. Adoração prestada ao Divino Infante pelos três reis magos;
5. Encontro de Jesus no Templo;
6. Jubilosa Ressurreição do Salvador;
7. Coroação da Virgem Imaculada no céu.

Formas de rezar a Coroa Franciscana

Introdução e conclusão como na oração do Terço

1. Forma comum

1º No primeiro mistério consideramos a alegria de Nossa Senhora ao ouvir do Arcanjo São Gabriel que fora escolhida por Deus para ser Mãe do Salvador.
(1 Pai-nosso, 10 Ave-Marias e 1 Glória ao Pai)

2º No segundo mistério consideramos a alegria da Santíssima Virgem em casa de sua prima Santa Isabel, quando foi pela primeira vez saudada como Mãe de Deus.

3º No terceiro mistério consideramos o inefável gozo de Nossa Senhora no estábulo de Belém, quando seu Filho divino nasceu milagrosamente.

4º No quarto mistério consideramos a alegria de Nossa Senhora quando os três magos vieram de longe adorar o Menino Jesus e oferecer-lhe ouro, incenso e mirra.

5º No quinto mistério consideramos a alegria de Nossa Senhora quando achou o Divino Menino no Templo entre os doutores.

6º No sexto mistério consideramos a alegria e o júbilo da Santa Mãe de Deus, quando, na manhã de Páscoa, viu seu Filho divino ressuscitado e glorioso.

7º No sétimo mistério consideramos a maior de todas as alegrias de Nossa Senhora, quando morreu santamente e foi levada aos céus, com corpo e alma, acima dos coros angélicos, à direita de seu Filho divino, que a coroou Rainha dos anjos e dos santos.

2. Forma especial

Após cada Ave-Maria, acrescenta-se, depois das palavras
“...e bendito é o fruto de vosso ventre, Jesus”:

1º ... que com grande alegria concebestes do Espírito Santo. (E segue:) Santa Maria...
2º ... que com grande alegria levastes em visita à Isabel.
3º ... que com grande alegria destes à luz em Belém.
4º ... que com grande alegria apresentastes à adoração dos Magos.
5º ... que com grande alegria encontrastes no Templo.
6º ... que com grande alegria vistes ressuscitado e glorioso.
7º ... que vos elevou aos céus, ó Virgem Maria.

*Fonte: Seminário São Francisco

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Grandes Bispos Brasileiros: D. Expedito Lopes



Dom Expedito nasceu em 8 de Julho de 1914, no sítio Jerusalém, em Sobral, Ceará. Aos 7 anos, tornou-se coroinha na cidade de Sobral, distinguindo-se por sua piedade. Em 1925, iniciou os estudos no Seminário Menor de Sobral. Em 1932, transferiu-se para o Seminário Maior da Prainha, em Fortaleza. Distinguindo-se por piedade e estudo, foi enviado a Roma em junho de 1936, para terminar o curso de Teologia. Na Cidade Eterna, foi ordenado padre, no dia 30 de Outubro de 1938. Em Roma prosseguiu os estudos, doutorando-se em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em julho de 1941.

Voltando para Sobral, Padre Expedito torna-se Secretário do Bispado, Professor do Seminário, Professor de religião e capelão do Colégio Sant'Ana. Neste estabelecimento de ensino, organizou a Juventude Estudantil Católica, JEC, contagiando a todos com o seu entusiasmo.

Aos 30 de Agosto de 1948, com 34 anos, após 10 anos de sacerdócio, Padre Francisco Expedito Lopes é nomeado pelo Santo Padre Pio XII Bispo da nova Diocese de Oeiras, no Piauí. Sagrado Bispo na Catedral de Sobral aos 12 de Dezembro de 1948, escolheu como lema episcopal: "Instaurare omnia in Christo" - restaurar tudo em Cristo.
Em 6 de Janeiro de 1949, Dom Expedito assume a Diocese de Oeiras, revelando-se logo um Pastor zeloso e dedicado. Quase seis anos passou aí, evangelizando com ardor, quando em 1955 é transferido para a Diocese de Garanhuns, como seu quinto Bispo. Homem de oração, cultor da simplicidade, vivia pobremente no Palácio Episcopal, visitava frequentemente as Paróquias, nelas realizando um persistente trabalho de Missões, para reavivar a fé e formar o povo.

Paternamente firme na condução do seu clero, teve que tomar medidas disciplinares na correção de um deles. No dia primeiro de Julho de 1957, inconformado com a sua suspensão canônica, o Sacerdote disparou a queima-roupa três tiros contra o Bispo, na porta da residência episcopal. O Bispo, mortalmente ferido, dirigiu-se para a capela da residência, esvaindo-se em sangue diante do altar, aos pés de Cristo Sacramentado. Conduzido para o Hospital Dom Moura, aí faleceu pelas 2 horas da madrugada do dia 2 de Julho, após oito horas de agonia, vividas na total entrega a Deus. Durante a agonia, pronunciou algumas frases: "Seja feita a Vontade de Deus"" ... "Eu ofereço a minha vida"... "Pronto, Senhor, estou preparado!"... "Ofereço o sacrifício da minha vida pela Diocese de Garanhuns, pelo clero e pelos seminaristas".

Palavras do seu Testamento: "Nasci pobre, vivi sempre pobremente e na esperança de vir a morrer sem dinheiro, sem dívidas e sem pecados. Nada mais tenho a pedir senão que rezem muito para que Nosso Senhor nos conceda SANTOS SACERDOTES".

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Grandes Bispos Brasileiros: D. Boaventura Kloppenburg



D. Boaventura Kloppenburg nasceu em Molbergen, na Alemanha, em 11 de fevereiro de 1919.

Cursou os ensinos básico e fundamental, na cidade de Rolante, no Rio Grande do Sul. Completou o ensino médio no Seminário Menor de São Leopoldo em 1936 e 1937, e em Santa Maria, nos anos 1938 e 1939. Fez o curso de filosofia no Seminário Central de São Leopoldo, de 1940 a 1942; a teologia, no Convento Franciscano, na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, de 1943 a 1947.

Foi ordenado sacerdote na cidade de Bagé, no Rio Grande do Sul, aos 21 de dezembro de 1946. Fez especialização em Teologia Dogmática no Instituto Antonianum, em Roma, no ano de 1947 a 1950, depois fez o doutorado no mesmo instituto.
Foi professor de Teologia Dogmática em Petrópolis, de 1951 a 1971; em Porto Alegre em 1972, Roma em 1973, Medellín em 1974 a 1982; redator da Revista Eclesiástica Brasileira, de 1951 a 1972; reitor do Instituto Teológico-Pastoral do CELAM, em Medellín, de 1973 a 1982; Prefeito de Estudos em Petrópolis, de 1952 a 1960; Perito na Comissão Teológica do Concílio Vaticano II; Membro da Pontifícia Comissão Teológica Internacional, de 1975 a 1990; Perito nas Conferências Gerais do Episcopado Latino-americano no Rio de Janeiro em 1955, Medellín em 1968 e Puebla em 1979. Foi nomeado pelo Papa João Paulo II, Bispo Titular de Vulturaria e Auxiliar da Arquidiocese de Salvador, na Bahia, e ordenado a 1 de agosto de 1982, na cidade de Rolante, escolheu como lema de vida episcopal: Sub Umbris Fideliter.

No dia 8 de agosto de 1986, foi nomeado bispo para Diocese de Novo Hamburgo. No dia 22 de novembro de 1995 teve sua renúncia aceita pelo Papa João Paulo II, por limite de idade.

Faleceu no Rio Grande do Sul no dia 8 de maio de 2009.

Obras

Escreveu vários livros com orientação para Católicos, sobre a Umbanda, o Espíritismo, a Reencarnação, a Maçonaria, a Teologia da Libertação... Editou também, em português, os documentos do Concílio Vaticano II.