Por Luciano Beckman
Caros amigos, Salve Maria!
Venho falar de uma verdade. Tanto quanto existe aquele progressista bom, que na sua ignorância nada conhece sobre a Igreja mas que de todo o coração busca a Deus ainda que na falta de conhecimento, existe o falso, o perverso que sabe de toda a verdade mas para não 'remar contra a maré' permanece no erro para se juntar a massa e assim faz, dizendo-se seguir o Papa e estar salvo de todo o Mal ( Santo Atanásio que o diga desses perversos!)
O Falso Tradicional: Primeiramente, nota-se um falso tradicional por sua conduta. Julga tudo e todos e quem não lhe é do seu agrado, joga no "Inferno" insultando com várias passagens bíblicas e falas dos Santos Padres sem deixar o acusado ao menos se explicar. Julga pessoas de cismáticas quando a Igreja nunca se pronunciou sobre tal pessoa ou movimento, profere blasfêmias, mais julga do que acalenta o coração do seu irmão. Este tipo de católico é uma raça perversa, degradante e em massa na internet. Este tipo de católico cria ou não blogs no intuito de julgar e não de ensinar, fazendo o seu feudo e seu próprio tribunal do 'Santo Ofício' achando-se correto no exercício de condenar as pobres almas que nada conhecem e estão no erro sem o saber. Esta raça devemos fugir como da peste! Pois Deus em sua infinita misericórdia deu o seu único Filho para nos salvar, e jamais quis a morte do pecador, ainda que fosse por obra do homem a situação ter chegado onde está.
"Não quero a morte do pecador, mas que se converta e viva" (Ez 33,11)
O Verdadeiro Tradicional: Este católico é o que a Igreja realmente precisa. É caridoso, paciente, humilde, sempre disposto e sobretudo alegre! Recomenda a seus as boas leituras, sabe exortar com mansidão sem deixar que fuja seu irmão. Permanece fiel e é prudente com as novidades. Recusa todo e qualquer novidade que fuja do ensinamento perene da Igreja Católica e fiel a ortodoxia, se mantém seguro aliado ao Santo Rosário, reza pela conversão dos seus irmãos e pelo Santo Padre. Está sempre frequentando os sacramentos e não perde uma primeira ocasião para confessar seus pecados a um humilde e douto sacerdote. Acusa o falso catolicismo, sem desejar que seus irmãos caem no Inferno se não aceitarem seus conselhos. O seu verdadeiro intento é ensinar as almas a amar a Deus e somente isso anseia a tua alma: Que em tudo Deus seja glorificado!
O sossego é algo raro para este católico, e o sacrifício seu aliado. Vive pela fé e pela fé, quer viver e morrer.
Assim, repete com o Cristo:
«Eu não vim para arruinar os homens, mas para os salvar» (Lc 9,54-56;)
sábado, 31 de julho de 2010
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós!
Flos Carmeli, Vitis florigera, Splendor Coeli, Virgo puerpera singularis. Mater mitis, sed viri nescia, Carmelitis esto propitia, Stella maris.
quinta-feira, 15 de julho de 2010
O Senhor dos Anéis, é um hino à Graça com referência contínua à Sagrada Escritura
" O Senhor dos Anéis» é fundamentalmente uma obra religiosa e católica escreve Tolkien na Carta de 2 de Dezembro de 1953 ao Padre Robert Murray: notícia nada surpreendente se for considerada a vida do seu autor, plasmada por uma profunda fé herdada da sua mãe, convertida da religião protestante da sua família de origem — o pai, educado numa escola metodista — ao catolicismo, escolha que pagou com em vida, sendo repudiada e abandonada à miséria com o desprezo dos seus familiares. "
Esta é a justa lente com a qual observar e compreender toda a obra de Tolkien. Os textos de Paolo Gulisano, de Andrea Monda e Saverio Simonelli sobre Tolkien, demonstram que a obra completa de Tolkien e não só «O Senhor dos Anéis», é um hino à Graça com referência contínua à Sagrada Escritura.
Nos textos de Tolkien do princípio ao fim surge como pensamento fundamental o sentido da vida e da escritura: o famoso conceito de subcriação, que vê o homem chamado por Deus na obra da formação da realidade, evidentemente com distinções: o subcriado do homem é o mundo dos mitos, dos acontecimentos que remetem para a mensagem completa.
Se Deus, «escrevendo» a Bíblia deu vida àqueles acontecimentos que são narrados — a Palavra fez-se carne! — o homem só pode «criar» mundos que permanecem prisioneiros da estrutura. Este é, segundo o nosso autor, o contributo que o homem pode oferecer a Deus na obra da criação. Há quem compare Tolkien a Manzoni (Monda e Simonelli) mas quem o sinta mais próximo de Dante: pois ambos, tiveram intenção de conferir o sentido anagógico ao seu trabalho: não símbolo, mas verdadeira experiência que remete para outro significado os acontecimentos. Não uma criação que remete para o outro, assim como o faz a Divina Comédia na intenção de Dante.
Olhando para a obra cinematográfica, se ao lado da trilogia podemos ver a presença dos dois últimos versos do Pai Nosso, o centro de toda a história pode ser expresso citando a conclusão da liturgia da palavra da Missa em honra de Sta. Inês — 21 de Janeiro — que recita: «Ó Deus omnipotente e eterno que escolhes as criaturas mais fracas para confundir o poder do mundo.» Nesta frase está condensada a mensagem de Tolkien: a confiança ilimitada no Deus católico e no seu projecto sobre a história, a exaltação dos humildes, a loucura que, como exclama Gandalf durante o conselho de Elrond, será o manto (a capa) aos olhos dos inimigos que assim confunde o poder do mundo. Palavras similares àquelas contidas no Magnificat : «exaltou a humildade da sua serva — derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes.»
Humildes e frágeis: esta parece ser a fundamental e decisiva diferença entre o valioso universo Tolkiano e o divertido, mas também superficial mundo do Harry Potter, onde os bons são esplendidamente bons e os maus perversamente maus, divisão maniqueia. Na obra de Tolkien todos, como Gollum, podem ser resgatados e onde todos, como Frodo, como Aragon, como Gandalf, são constantemente tentados e não são capazes de ultrapassar necessariamente a tentação. Só os orcs, imitação do homem, criados da lama, e os emissários de Sauron são apresentados como impermeáveis à salvação: como os demónios e Satanás, segundo o que nos diz o Catecismo da Igreja católica.
Todo o «Senhor dos Anéis» é atravessado do sentido da fragilidade humana que só em Deus encontra cumprimento e apoio. Com efeito, como fez já notar Emília Lodizioni no primeiro e imprescindível «convite à leitura de Tolkien», o traço saliente deste romance, como de todos os que escreveu Tolkien, é a renúncia. A vitória sobre o mal só é possível renunciando, com liberdade, a qualquer coisa de querido. Se é bem notório que é a própria renúncia ao anel que permitirá salvar a Terra Média, são muitos outros os exemplos desta renúncia no texto, que se inicia com a renúncia de Bilbo ao seu precioso tesouro que Gandalf confiará a Frodo. O próprio Frodo renuncia à vida tranquila para assumir o encargo de conduzir ao término uma missão destinada aos heróis «institucionais» Aragon e Gandalf. Gandalf primeiro e Galadriel depois renunciam a possuir o anel que é oferecido a Frodo, superando a prova — e Tolkien utiliza em entrelinhas quase esse vocábulo — como Cristo no deserto afasta o demónio que lhe oferece a posse de todos os reinos da terra. Mas há outros argumentos que encontram a sua raiz na Escritura e na fé católica.
«Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus» (Rm.8,25). Assim, de facto acontece no livro. Situações que parecem trágicas, extremamente negativas, demonstram-se no entanto preciosas para produzir o bem: se Gandalf o grisalho não «morresse» em Moria, não podia renascer como Gandalf o branco (e aqui recorda a palavra de Jesus: — Se o grão de trigo não morre — Jo.12,24). Sem o ataque de loucura que atinge Boromir e o leva a arrebatar o anel a Frodo e sem o assalto dos orcs o anel não chegaria a Est. Se Pippin e Merry não fossem raptados pelos orcs não chegariam à floresta de Fangar, se Gollum não tivesse fugido dos elfos e não tivesse traído os hobits o anel não teria sido deitado na fornalha ardente.
A figura do verdadeiro protagonista Frodo é traçada sob a figura do Santo, como Abraão a ponto de deixar tudo, a casa, a riqueza, a posição, para ir para a desolação; Moisés, o profeta que se sente inadequado para a missão confiada, e o próprio Jesus, do qual condivide a profunda e forte humildade e vontade de levar ao termo a missão confiada a custo com a própria vida. Como escreve Bertoni, na sua tese de doutoramento apresentada na Universidade de Bologna em 1995: «Frodo respondeu a uma chamada; se bem que quisesse evitá-la e não soubesse nada, de facto, de armas e de guerras». E uma vez chamado não volta mais atrás. Moria, que atravessa o primeiro livro, é o nome do monte sobre o qual Abraão é chamado a sacrificar Isaac (Gen.22,1). Mória é na realidade o lugar sobre o qual é constituída, séculos depois a cidadede Ieru-Salem, cujo rei ao tempo do patriarca é o famoso Melquisedec, rei de Salém. Uma das referências de Moria é o Calvário, onde um outro sacrifício será oferecido: o de Nosso Senhor Jesus Cristo. É em Mória que Gandalf morrre para depois ressurgir: um acaso? Penso que não. Uma indicação muito marcada que remete para o verdadeiro sentido do sacrifício.
Também a comunhão dos santos está presente no livro: é a piedade que Bilbo mostra sobre Gollum, não obstante todo o percurso do mal, inspira-lhe compaixão que permite que a missão seja cumprida. O esforço que as personagens fazem na sua batalha com as forças de Sauron sustêm Frodo, ajudando-o a levar o peso do anel que aumenta conforme se aproxima do Monte Fato. A mensagem de que o mal corrompe com a sua convivência está presente: o anel que representa o pecado, corrói todos os que têm contacto, não só Gollum, que o possui há muito, ficando uma imagem do que era, mas o próprio Bilbo e Frodo são alvo dos ataques e sobrevivem só em função de um esforço da livre vontade. Frodo não chega a perder a razão, também a capacidade de entender, e querer, no momento em que se encontra a poder deitar na voragem do Monte Fato o anel.
O anel encerra as três concupiscências que fala S. Paulo: dos olhos, da carne e soberba de vida. Nota-se em particular na vivência de Boromir o seu desejo mórbido de apoderar-se do anel, o que o leva a agredir Frodo pronunciando palavras que podem ser remetidas às três concupiscências referidas. O olhar capaz de desvelar os pensamentos do coração, que Galadiel, a mulher de Lothorien apresenta, faz pensar na imagem que Nosso Senhor e remete ao olhar de Jesus como Palavra que penetra o mais fundo e íntimo do nosso ser (Heb.4,12). A parábola dos talentos ressoa neste esplêndido diálogo entre Frodo e Gandalf: «Desejei tanto que tudo isto não acontecesse nos meus dias», exclamou Frodo. «Também eu» anuiu Gandalf, «como todos os que vivem estes acontecimentos. Mas não nos cabe a nós escolher. Tudo o que podemos decidir é como dispor do tempo que nos é dado.»
O importante é fazer bom uso do tempo, que foge das mãos e que, para quem tem critério cristão, vale mais que ouro, porque representa uma antecipação da glória que Deus nos concederá. A Graça está presente em cada página do romance e revela-se no momento decisivo: ninguém pode arrogar-se no mérito de ter salvo a Terra Média, pois todos ofereceram o seu contributo, todos os protagonistas da obra levam os seus pães e os seus peixes, mas nenhum deles pode multiplicá-los. É a Graça que se serve do hobits e dos homens, como dos elfos e restantes, que se alimenta da piedade de Bilbo e da misericórdia de Frodo, do heroísmo de Sam e da valentia de Aragorn, a jogar a última carta.
Tradução do italiano por Pe. Marco Luís.
Fonte: Valinor
Esta é a justa lente com a qual observar e compreender toda a obra de Tolkien. Os textos de Paolo Gulisano, de Andrea Monda e Saverio Simonelli sobre Tolkien, demonstram que a obra completa de Tolkien e não só «O Senhor dos Anéis», é um hino à Graça com referência contínua à Sagrada Escritura.
Nos textos de Tolkien do princípio ao fim surge como pensamento fundamental o sentido da vida e da escritura: o famoso conceito de subcriação, que vê o homem chamado por Deus na obra da formação da realidade, evidentemente com distinções: o subcriado do homem é o mundo dos mitos, dos acontecimentos que remetem para a mensagem completa.
Se Deus, «escrevendo» a Bíblia deu vida àqueles acontecimentos que são narrados — a Palavra fez-se carne! — o homem só pode «criar» mundos que permanecem prisioneiros da estrutura. Este é, segundo o nosso autor, o contributo que o homem pode oferecer a Deus na obra da criação. Há quem compare Tolkien a Manzoni (Monda e Simonelli) mas quem o sinta mais próximo de Dante: pois ambos, tiveram intenção de conferir o sentido anagógico ao seu trabalho: não símbolo, mas verdadeira experiência que remete para outro significado os acontecimentos. Não uma criação que remete para o outro, assim como o faz a Divina Comédia na intenção de Dante.
Olhando para a obra cinematográfica, se ao lado da trilogia podemos ver a presença dos dois últimos versos do Pai Nosso, o centro de toda a história pode ser expresso citando a conclusão da liturgia da palavra da Missa em honra de Sta. Inês — 21 de Janeiro — que recita: «Ó Deus omnipotente e eterno que escolhes as criaturas mais fracas para confundir o poder do mundo.» Nesta frase está condensada a mensagem de Tolkien: a confiança ilimitada no Deus católico e no seu projecto sobre a história, a exaltação dos humildes, a loucura que, como exclama Gandalf durante o conselho de Elrond, será o manto (a capa) aos olhos dos inimigos que assim confunde o poder do mundo. Palavras similares àquelas contidas no Magnificat : «exaltou a humildade da sua serva — derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes.»
Humildes e frágeis: esta parece ser a fundamental e decisiva diferença entre o valioso universo Tolkiano e o divertido, mas também superficial mundo do Harry Potter, onde os bons são esplendidamente bons e os maus perversamente maus, divisão maniqueia. Na obra de Tolkien todos, como Gollum, podem ser resgatados e onde todos, como Frodo, como Aragon, como Gandalf, são constantemente tentados e não são capazes de ultrapassar necessariamente a tentação. Só os orcs, imitação do homem, criados da lama, e os emissários de Sauron são apresentados como impermeáveis à salvação: como os demónios e Satanás, segundo o que nos diz o Catecismo da Igreja católica.
Todo o «Senhor dos Anéis» é atravessado do sentido da fragilidade humana que só em Deus encontra cumprimento e apoio. Com efeito, como fez já notar Emília Lodizioni no primeiro e imprescindível «convite à leitura de Tolkien», o traço saliente deste romance, como de todos os que escreveu Tolkien, é a renúncia. A vitória sobre o mal só é possível renunciando, com liberdade, a qualquer coisa de querido. Se é bem notório que é a própria renúncia ao anel que permitirá salvar a Terra Média, são muitos outros os exemplos desta renúncia no texto, que se inicia com a renúncia de Bilbo ao seu precioso tesouro que Gandalf confiará a Frodo. O próprio Frodo renuncia à vida tranquila para assumir o encargo de conduzir ao término uma missão destinada aos heróis «institucionais» Aragon e Gandalf. Gandalf primeiro e Galadriel depois renunciam a possuir o anel que é oferecido a Frodo, superando a prova — e Tolkien utiliza em entrelinhas quase esse vocábulo — como Cristo no deserto afasta o demónio que lhe oferece a posse de todos os reinos da terra. Mas há outros argumentos que encontram a sua raiz na Escritura e na fé católica.
«Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus» (Rm.8,25). Assim, de facto acontece no livro. Situações que parecem trágicas, extremamente negativas, demonstram-se no entanto preciosas para produzir o bem: se Gandalf o grisalho não «morresse» em Moria, não podia renascer como Gandalf o branco (e aqui recorda a palavra de Jesus: — Se o grão de trigo não morre — Jo.12,24). Sem o ataque de loucura que atinge Boromir e o leva a arrebatar o anel a Frodo e sem o assalto dos orcs o anel não chegaria a Est. Se Pippin e Merry não fossem raptados pelos orcs não chegariam à floresta de Fangar, se Gollum não tivesse fugido dos elfos e não tivesse traído os hobits o anel não teria sido deitado na fornalha ardente.
A figura do verdadeiro protagonista Frodo é traçada sob a figura do Santo, como Abraão a ponto de deixar tudo, a casa, a riqueza, a posição, para ir para a desolação; Moisés, o profeta que se sente inadequado para a missão confiada, e o próprio Jesus, do qual condivide a profunda e forte humildade e vontade de levar ao termo a missão confiada a custo com a própria vida. Como escreve Bertoni, na sua tese de doutoramento apresentada na Universidade de Bologna em 1995: «Frodo respondeu a uma chamada; se bem que quisesse evitá-la e não soubesse nada, de facto, de armas e de guerras». E uma vez chamado não volta mais atrás. Moria, que atravessa o primeiro livro, é o nome do monte sobre o qual Abraão é chamado a sacrificar Isaac (Gen.22,1). Mória é na realidade o lugar sobre o qual é constituída, séculos depois a cidadede Ieru-Salem, cujo rei ao tempo do patriarca é o famoso Melquisedec, rei de Salém. Uma das referências de Moria é o Calvário, onde um outro sacrifício será oferecido: o de Nosso Senhor Jesus Cristo. É em Mória que Gandalf morrre para depois ressurgir: um acaso? Penso que não. Uma indicação muito marcada que remete para o verdadeiro sentido do sacrifício.
Também a comunhão dos santos está presente no livro: é a piedade que Bilbo mostra sobre Gollum, não obstante todo o percurso do mal, inspira-lhe compaixão que permite que a missão seja cumprida. O esforço que as personagens fazem na sua batalha com as forças de Sauron sustêm Frodo, ajudando-o a levar o peso do anel que aumenta conforme se aproxima do Monte Fato. A mensagem de que o mal corrompe com a sua convivência está presente: o anel que representa o pecado, corrói todos os que têm contacto, não só Gollum, que o possui há muito, ficando uma imagem do que era, mas o próprio Bilbo e Frodo são alvo dos ataques e sobrevivem só em função de um esforço da livre vontade. Frodo não chega a perder a razão, também a capacidade de entender, e querer, no momento em que se encontra a poder deitar na voragem do Monte Fato o anel.
O anel encerra as três concupiscências que fala S. Paulo: dos olhos, da carne e soberba de vida. Nota-se em particular na vivência de Boromir o seu desejo mórbido de apoderar-se do anel, o que o leva a agredir Frodo pronunciando palavras que podem ser remetidas às três concupiscências referidas. O olhar capaz de desvelar os pensamentos do coração, que Galadiel, a mulher de Lothorien apresenta, faz pensar na imagem que Nosso Senhor e remete ao olhar de Jesus como Palavra que penetra o mais fundo e íntimo do nosso ser (Heb.4,12). A parábola dos talentos ressoa neste esplêndido diálogo entre Frodo e Gandalf: «Desejei tanto que tudo isto não acontecesse nos meus dias», exclamou Frodo. «Também eu» anuiu Gandalf, «como todos os que vivem estes acontecimentos. Mas não nos cabe a nós escolher. Tudo o que podemos decidir é como dispor do tempo que nos é dado.»
O importante é fazer bom uso do tempo, que foge das mãos e que, para quem tem critério cristão, vale mais que ouro, porque representa uma antecipação da glória que Deus nos concederá. A Graça está presente em cada página do romance e revela-se no momento decisivo: ninguém pode arrogar-se no mérito de ter salvo a Terra Média, pois todos ofereceram o seu contributo, todos os protagonistas da obra levam os seus pães e os seus peixes, mas nenhum deles pode multiplicá-los. É a Graça que se serve do hobits e dos homens, como dos elfos e restantes, que se alimenta da piedade de Bilbo e da misericórdia de Frodo, do heroísmo de Sam e da valentia de Aragorn, a jogar a última carta.
Tradução do italiano por Pe. Marco Luís.
Fonte: Valinor
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